As exportações brasileiras de banana recuaram, em volume, no primeiro bimestre deste ano. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os envios ao Mercosul totalizaram apenas 9,6 mil toneladas no período, quantidade 17% inferior à do ano passado, enquanto, à União Europeia, chegaram a 2,3 mil toneladas, queda de 19% na mesma comparação.
Agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea relataram que o ocorrido se deve à baixa oferta de nanica nas principais regiões produtoras no primeiro bimestre. Assim, o escoamento da variedade ao mercado interno foi suficiente e garantiu bons preços – mesmo diante das limitações em certos momentos, sobretudo recentemente, devido ao avanço da pandemia da covid-19 no País.
Isso quer dizer que a receita também caiu no período? No caso da União Europeia, a arrecadação em dólar se reduziu, assim como o volume exportado ao bloco. No entanto, quando o valor é transformado em Reais, o cenário ainda não foi muito desanimador, visto que a moeda estrangeira está valorizada frente à brasileira.
Por outro lado, quando se trata do Mercosul, a receita surpreendeu e conseguiu subir: somou US$ 3,6 milhões (FOB) no primeiro bimestre, aumento de 28% frente ao ano passado, ainda segundo a Secex. Isso porque o Brasil é um dos principais fornecedores de banana ao bloco e, assim, a menor oferta nacional conseguiu alavancar aos preços. Além disso, o cenário foi favorecido pela menor oferta de países concorrentes, como o Equador, por exemplo.
Como a disponibilidade da banana nanica está começando a aumentar no Brasil, espera-se que as exportações da variedade também cresçam nos próximos meses, com destaque para os envios ao Mercosul, principal comprador da fruta brasileira. Os embarques à União Europeia, por sua vez, podem seguir limitados, já que os contratos estabelecidos para o primeiro semestre deixaram a desejar, os quais devem ser revisados apenas na segunda metade de 2021.