Em outubro, o Brasil exportou 4,1 milhões de sacas de café, considerando a soma de café verde, solúvel e torrado & moído. O volume embarcado registrou um aumento de 11,5% em relação a outubro de 2019 e se destaca como um novo recorde em exportações do produto para o mês e o segundo maior embarque mensal deste ano. Os dados são do Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.
No décimo mês deste ano, a receita cambial gerada pelos embarques foi de US$ 509,6 milhões, aumento de 8,5% em relação a outubro do ano passado. Na conversão em reais, o valor atingiu R$ 2,9 bilhões, a maior receita dos últimos cinco anos, com crescimento de 49,4% em relação ao mês de 2019. Já o preço médio da saca de café no mês foi de US$ 124,52.
Com relação as variedades embarcadas no mês, o café arábica representou 81,4% do volume total exportado, equivalente a 3,3 milhões de sacas. O café conilon (robusta) atingiu a participação de 11,5%, com o embarque de 471,8 mil sacas e o café solúvel representou 7,1% das exportações, com 288,4 mil sacas exportadas. Entre as variedades, o café arábica se destacou pelo aumento de 12,4% nas vendas em comparação a outubro de 2019 e o conilon apresentou crescimento de 31,4%.
“As exportações de café no mês de outubro tiveram ótima performance, destacando-se historicamente como o melhor resultado para o mês. Com embarques acima de 4 milhões de sacas, pelo segundo mês consecutivo, o país obteve um desempenho histórico inédito que culminou no melhor resultado no 5º bimestre, com o volume acumulado no período (set/out) de 8,3 milhões de sacas e as expectativas são da manutenção desses volumes nos próximos dois meses” afirma Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.
“Esse resultado significa uma relevante injeção de reais para o agronegócio café brasileiro, bem como confirma a tendência de expansão de seu market-share, atendendo com excelência, qualidade e sustentabilidade os 122 países de destinos importadores e, principalmente, destacando-se na capacidade do país em suprir a forte iniciativa de cafés arábicas certificados, junto à Bolsa de Café de Nova Iorque”.
Para Carvalhaes, “é importante enfatizar que apesar do cenário desafiador que vem se apresentando desde março deste ano, com o advento da Covid-19, a cadeia do agronegócio café do Brasil continuou se mostrando consistente, segura, com alta qualidade e sustentabilidade, lembrando que a saúde de todos os colaboradores faz parte e é fundamental na responsabilidade social do setor. As questões de logística, como falta de contêineres no porto e espaço nas embarcações, estão se normalizando aos poucos e com as correções que se procedem após o fechamento, o mês de outubro tende a se destacar ainda mais e se tornar recorde nas exportações para um único mês”, explica.
Ano civil
Mesmo em um ano atípico, as exportações de café brasileiro no ano civil até o momento (de janeiro a outubro de 2020) são as maiores em termos de volume e receita dos últimos cinco anos. De janeiro a outubro, o Brasil exportou 35 milhões de sacas de café, aumento de 1,9% em relação ao período de janeiro a outubro do ano passado. A receita cambial atingiu US$ 4,4 bilhões, alta de 3%. Em reais, a valor foi equivalente a R$ 22,7 bilhões, crescimento de 35,2%. Vale destacar que, além do volume exportado, a receita cambial deste ano também foi a maior dos últimos cinco anos para o período. Já o preço médio foi de US$ 126,6, aumento de 1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Entre as variedades embarcadas no ano civil, o café robusta se destaca pelo aumento de 23,4% nas exportações, se comparado ao volume da variedade exportado de janeiro a outubro de 2019. A variedade de café correspondeu a 12% do volume total embarcado no período, equivalente a 4,2 milhões de sacas. Já o café arábica teve participação de 78,4% nas exportações, com 27,5 milhões de sacas, enquanto que o café solúvel correspondeu a 9,5% dos embarques de janeiro a outubro, com 3,3 milhões de sacas.
Principais destinos
No ano civil, os dez principais países consumidores de café brasileiro foram, respectivamente: Estados Unidos, que importaram 6,4 milhões de sacas (18,4% do total embarcado no período); Alemanha, com 5,9 milhões de sacas (16,8%); Bélgica, com 2,9 milhões de sacas (8,2%); Itália, com 2,5 milhões de sacas (7,3%); Japão, com 1,8 milhão de sacas (5,1%); Turquia, com 1,1 milhão de sacas (3,2%); Federação Russa, com 1 milhão de sacas (2,9%); México, com 897 mil sacas (2,6%); Espanha, com 784 mil sacas (2,2%); e Canadá, com 708 mil sacas (2%).
Entres os destinos, a Bélgica se destacou pelo crescimento de 33,5% na compra do produto brasileiro na comparação com o ano passado; a Federação Russa, a Turquia e o México também registraram aumento significativo no consumo do café brasileiro, de 14,3%, 13,1% e 12,8%, respectivamente; enquanto que a Espanha e Alemanha apresentaram crescimento de 7,5% e 3,5%, nesta ordem.
Já entre os continentes e blocos econômicos destacam-se o crescimento de 32,4% nas exportações para os países da América do Sul; 49,3% para a África; 78% para a América Central; 23,8% para os países do BRICS; 22,3% para o Leste Europeu, 8,1% para os países árabes, além do aumento de 38,6% nos embarques para os países produtores de café. Vale destacar também a elevação de 57% nas exportações brasileiras de café verde para países produtores no período, equivalente a 1,8 milhão de sacas.
Diferenciados
Da quantidade total de café brasileiro exportado para o mundo no ano civil (jan-out/2020), 6 milhões de sacas, equivalente a 17,2%, foram de cafés diferenciados (aqueles que têm qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis). Trata-se do segundo maior volume do tipo de café exportado para o período nos últimos cinco anos. A receita cambial gerada com a exportação de cafés diferenciados foi de US$ 980,4 milhões, representando 22,1% do valor total gerado com as exportações neste ano até agora.
Os principais destinos dos cafés diferenciados, que representam 78,8% dos embarques com diferenciação, foram, respectivamente: EUA, que importaram 1,2 milhão de sacas (20,2% do volume total embarcado no ano civil); Alemanha, com 856,1 mil sacas (14,2%); Bélgica, com 779,3 mil sacas (12,9%); Japão, com 506,6 mil sacas (8,4%); Itália, com 444,5 mil sacas (7,4%); Reino Unido, com 215,1 mil sacas (3,6%); Espanha, com 211,2 mil sacas (3,5%); Suécia, com 187,5 mil sacas (3,1%); Canadá, com 178,7 mil sacas (3%); e Países Baixos, com 152,8 mil sacas (2,5%).
Ano-Safra 2020/21
Nos quatro primeiros meses do Ano-Safra 2020/21 (jul-out), assim como no caso do ano civil e mês de outubro, o Brasil registrou a melhor performance dos últimos cinco anos em termos de volume de café exportado. No período, foram embarcados 15 milhões de sacas de café, crescimento de 8,1% em relação ao mesmo período da safra anterior. As exportações de café arábica de julho a outubro foram de 11,7 milhões de sacas (crescimento de 8,4% em relação a mesma base comparativo de 2019). Já os embarques de café conilon foram de 2,1 milhões de sacas (aumento de 17% em relação ao período da safra passada) e os de solúvel foram de 1,3 milhão.
Vale destacar também a receita cambial no Ano-Safra até agora, que foi de US$ 1,8 bilhão, alta de 4,9% no período. Na conversão, a receita atingiu o equivalente a R$ 10 bilhões, aumento de 42,6% em relação aos quatro primeiros meses do Ano-Safra 2019/20.
Portos
O Porto de Santos segue na liderança da maior parte das exportações no ano civil de 2020, com 77,9% do volume total exportado a partir dele (equivalente a 27,3 milhões de sacas). Em segundo lugar estão os portos do Rio de Janeiro, com 14,7% dos embarques (5,1 milhões de sacas).