A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou seu boletim de acompanhamento da safra brasileira de grãos para o mês de agosto e apontou que a produção total de milho nesta safra de ser recorde no Brasil, com 102,1 milhões de toneladas somando as três safras, um acréscimo de 2,1% em ralação ao ano anterior.
A primeira safra nacional registrou aumento de 3,2% na área cultivada ficando em 4,2 milhões de hectares e já foi totalmente colhida. “Problemas climáticos na Região Sul prejudicaram o potencial produtivo das lavouras, sobretudo as do Rio Grande do Sul, reduzindo a produtividade média do país em 3%, comparada à safra passada”. A produção final ficou em 25,689 milhões de toneladas.
A segunda safra teve o rendimento comprometido pelo atraso na semeadura e o quadro climático apresentado na Região Centro-Sul. No momento do levantamento, cerca de 64% da área havia sido colhida, e mais de 31% das lavouras estavam em maturação.
“As lavouras não conseguiram expressar todo o seu potencial produtivo, como ocorreu na última safra. Apesar do rendimento prejudicado, os resultados obtidos superam as expectativas iniciais, impulsionados pelos maiores investimentos do produtor, e a produção deve ser 2,4% maior que à da última safra, influenciada pelo incremento na área cultivada em 6,7%”, diz a Conab.
A produção é estimada em 74,912 milhões de toneladas com uma produtividade média de 5.454 quilos por hectare, 90,9 sacas por hectare.
Já a terceira safra, com calendário produtivo semelhante ao do hemisfério norte, tendo como núcleo as lavouras da Sealba, que compreende as áreas produtoras situadas no nordeste da Bahia, Sergipe e Alagoas, e as situadas em Pernambuco e em Roraima. Apresentou área 3,9% superior à registrada na safra passada e a produção é estimada em 1.539,9 mil toneladas.
Oferta e Demanda
A Conab relata ainda que as exportações de milho têm uma tendência de alta, justificada pela paridade que nos portos supera os R$ 50,00 por saca, o maior patamar já registrado. Porém, os embarques acumulados ainda estão aquém do registrado no mesmo período do ano passado, ou seja, 5.333 milhões de toneladas em 2020, contra 10.855 milhões de toneladas em 2019, isso representa 51% inferior.
“Os line ups apontam volumes próximos a 6,6 milhões de toneladas planejados para exportação em agosto. Para se atingir a estimativa de 34,5 milhões de toneladas para este ano-safra, o Brasil deve exportar uma média mensal de 4,8 milhões de toneladas até janeiro de 2021. Por essa razão se mantém a estimativa”, diz o relatório.
Nesse cenário apresentado, os estoques finais estão estimados pela Conab em 10,3 milhões de toneladas, correspondendo a uma relação estoque/consumo de 10% ou 55 dias de uso.