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Conquista mineira: modos de fazer queijo minas artesanal é reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco

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Sistema Ocemg teve papel decisivo na conquista, que promete abrir novas oportunidades para produtores da iguaria no Estado

 

Minas Gerais está em festa e com razão. A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) anunciou ontem (04/12), o reconhecimento dos “modos de fazer queijo minas artesanal” como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. O título é inédito, visto que este é o primeiro gênero alimentício brasileiro a receber esse reconhecimento. Ele celebra três séculos de tradição artesanal e destaca a importância cultural e econômica do queijo para o Brasil, especialmente, para as regiões produtoras de Minas Gerais.

“O queijo minas artesanal é produzido por milhares de famílias em suas pequenas propriedades rurais”, destacou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, na coletiva de imprensa que falou sobre o impacto social e econômico desse reconhecimento. “Com esse reconhecimento da Unesco, vamos ter uma grande oportunidade de mostrar esse produto para todo o mundo”.

A candidatura dos modos de fazer queijo minas artesanal junto à Unesco foi, conduzida pelo governo de Minas Gerais em parceria com entidades como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A iniciativa também contou com a participação decisiva do Sistema Ocemg, que financiou os estudos iniciais para sistematizar o processo de produção do queijo e vem divulgando, desde então, a qualidade excepcional do produto em feiras nacionais e internacionais.

“O cooperativismo mineiro garantiu o suporte técnico e organizacional necessário para estruturar a produção e abrir novos mercados para o queijo artesanal, tanto nacional quanto internacionalmente. Essa conquista é de todos: produtores, cooperativas e da cultura mineira”, afirmou o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato.

 

Impactos do título para Minas Gerais

O reconhecimento internacional do queijo Minas artesanal, que já havia sido declarado patrimônio cultural de Minas Gerais (2002) e do Brasil (2008), projeta ainda mais sua importância cultural e econômica. Agora, sob a chancela da Unesco, o produto ganha visibilidade global, o que pode alavancar a sua comercialização — dentro e fora do Brasil — e consolidá-lo como símbolo da riqueza gastronômica e cultural do Estado.

 

Entenda o papel do cooperativismo nesta conquista

O Sistema Ocemg atuou de forma estratégica e sistemática em todas as etapas para o reconhecimento do queijo Minas artesanal. Confira:

 

Início da década de 2000

A Casa do Cooperativismo Mineiro realiza a primeira pesquisa científica para a sistematização do passo a passo da produção artesanal de queijo, desde a filtração do leite até a maturação do produto.

 

2002

O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) declarou os modos de fazer o queijo Minas artesanal como Patrimônio Imaterial do Estado de Minas Gerais.

 

2002 a 2008

A partir do reconhecimento estadual, teve início o processo para o título nacional, com envolvimento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Nesse período, o Sistema Ocemg ajudou ativamente a estruturar e a fortalecer as cooperativas de produtores de queijo. O projeto além de buscar a melhoria da qualidade e da produtividade de todas as queijarias existentes no Estado.

 

15 de maio de 2008

O Iphan incluiu os modos de fazer o queijo Minas artesanal no Livro de Registro dos Saberes, conferindo-lhes o status de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. O reconhecimento contemplou inicialmente as regiões de produção tradicional: Serra da Canastra, Serra do Salitre e Alto Paranaíba.

 

Entre 2008 e 2022

Estudos e mobilização para documentar a relevância global dos modos de fazer queijo minas artesanal. Nesta fase, o Sistema Ocemg participou de debates e articulações políticas para defender os interesses dos produtores e a importância do reconhecimento como patrimônio cultural da humanidade. Também incentivamos a participação de cooperativas em feiras, exposições e eventos nacionais e internacionais, ampliando o alcance e a visibilidade do queijo Minas artesanal.

 

2022

Finalização do dossiê técnico da candidatura, protocolado junto à Unesco pelo governo de Minas Gerais e pelo Iphan. A convite do governo de Minas Gerais. o Sistema Ocemg participou da comitiva especial da 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, em Rabat, no Marrocos. O principal objetivo da missão foi buscar o reconhecimento mundial para a iguaria mineira.

 

2023

Apresentação oficial do pleito à Unesco.

 

4 de dezembro de 2024

Os modos de fazer queijo minas artesanal são declarados Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

 

 

Vale destacar: ao longo de todo este processo, a atuação do Sistema Ocemg foi essencial para assegurar que o reconhecimento cultural fosse acompanhado de benefícios econômicos, sociais e culturais para os produtores, consolidando o queijo Minas artesanal como um dos maiores patrimônios de Minas Gerais e do Brasil.

 

 

 

CONTRIBUIÇÕES DAS COOPERATIVAS AO PROCESSO

  • As cooperativas agropecuárias e de crédito desempenharam papeis complementares e fundamentais no reconhecimento e valorização do queijo Minas artesanal como patrimônio cultural.
  • As cooperativas agropecuárias organizaram os produtores, ofereceram assistência técnica, infraestrutura e promoveram a certificação, como a Indicação Geográfica (IG). Elas também ajudaram a preservar as técnicas tradicionais, promovem capacitações e ampliaram a visibilidade do produto em mercados locais e nacionais.
  • As cooperativas de crédito garantiram o financiamento necessário para que os pequenos produtores investissem em infraestrutura, regularização sanitária e práticas sustentáveis, além de apoiar o desenvolvimento econômico das comunidades produtoras com condições acessíveis de crédito.
  • Juntas, essas cooperativas viabilizaram a produção sustentável, protegeram a cultura local e impulsionaram o reconhecimento nacional e internacional do queijo Minas artesanal, fortalecendo a economia regional e a identidade cultural de Minas Gerais.
  • Entre os produtores de queijo artesanal do Estado, há cooperados tanto de cooperativas agropecuárias quanto de crédito. Vale destacar: o cooperativismo apoia esses produtores, oferecendo assistência técnica e promovendo uma cultura de colaboração, que fortalece a economia local e melhora a qualidade de vida das famílias que dependem dessa produção.
  • O reconhecimento internacional dos modos de fazer o queijo Minas artesanal pode agregar valor aos produtos, abrindo portas para novos mercados e gerando maior desenvolvimento econômico para Minas Gerais e, consequentemente, para as cooperativas e para os seus cooperados.

 

O QUE ESTÁ SENDO DITO SOBRE ESSA IMPORTANTE CONQUISTA

 

“Os sabores brasileiros são uma de nossas muitas riquezas. Fazer queijo, culturalmente, traz consigo as características de um território e de seu povo. A possibilidade desse preparo tão característico do Queijo Minas Artesanal ganhar tamanho reconhecimento só demonstra a potência dessa expressão tão importante e simbólica.”

Margareth Menezes, ministra da Cultura:

 

“A candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal fortalece a salvaguarda desse patrimônio cultural nacional e destaca uma tradição de mais de três séculos no Brasil.”

Leandro Grass, presidente do Iphan

 

“O título da Unesco não só valoriza uma tradição cultural de Minas Gerais, como promove o desenvolvimento sustentável nas comunidades onde essa produção existe. Hoje, centenas de cooperados dos ramos Agropecuário e Crédito produzem queijo Minas artesanal e, por conta deste título inédito, poderão conquistar novos mercados, dentro e fora do Brasil.”

Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Ocemg

 

“O Queijo Minas Artesanal é um marco cultural e histórico. Seu reconhecimento pela Unesco impulsionará a preservação de saberes transmitidos por gerações e a abertura de novos mercados para a cadeia produtiva.”

Thales Fernandes, Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais

 

“O reconhecimento não é apenas uma vitória para Minas Gerais, mas para todo o Brasil. Este título eleva o nome do Estado ao cenário mundial, destacando nossa rica cultura e tradição, além de abrir portas para novas oportunidades econômicas e turísticas.”

Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo

“O reconhecimento pela Unesco amplia a visibilidade do saber-fazer mineiro e reforça a importância de preservar e promover essa tradição única.”

Nicole Batista, gerente de Patrimônio Cultural Imaterial do Iepha-MG

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