O Conselho Monetário Nacional (CMN) liberou R$ 1,3 bilhão com foco em apoiar os cafeicultores que tiveram perdas em suas lavouras causadas pelas geadas no mês passado. Os valores estarão disponíveis para os cafeicultores entre os meses de setembro e outubro, mediante laudos técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em que deverão constar os danos e as perdas do produtor. As condições de oferta dos recursos ainda serão definidas.
Os recursos serão direcionados para recompor as lavouras e amenizar os prejuízos sofridos pelos produtores, e fazem parte das linhas de financiamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – Funcafé aprovadas para a safra 2021/2022, sendo reservados 20% do valor das Linhas de Custeio, Comercialização, Capital de Giro e Financiamento para Aquisição de Café (FAC) e 100% do valor da Linha de Recuperação de Cafezais Danificados.
Vale ressaltar que Minas Gerais é o maior produtor de café do Brasil e, no ano de 2020, esta produção chegou a 36,6 milhões de sacas, representando 54,9% de toda a produção brasileira. E o desenvolvimento do setor cafeeiro no Estado conta com o apoio e a representatividade das cooperativas, essenciais para o desenvolvimento do setor, além de proporcionarem aos produtores acesso justo ao mercado, às inovações e tecnologias para melhoria do processo produtivo.
Segundo o Anuário de Informações Econômicas e Sociais do Cooperativismo Mineiro de 2021, o Estado possui 52 cooperativas de café, que geram mais de 7,2 mil empregos diretos e congregam mais de 80 mil cooperados. As cooperativas foram responsáveis pela movimentação de 56,8% de todo o café produzido em MG no ano de 2020, um total de 19,7 milhões de sacas.
As regiões Sul, Sudoeste de Minas, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba foram as mais afetadas pelas geadas. As cooperativas destas regiões são responsáveis por 93% do café cooperativo do Estado, e esse grupo de produtores poderá acessar os recursos direcionados pelo CMN com o propósito de redução dos impactos causados.
De acordo com o último levantamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), as geadas do mês de julho ocorreram em 257 municípios, com áreas em produção de pastagens, grãos, frutas, hortaliças e flores, localizados principalmente nessas quatro regiões do Estado. Estima-se que 9,5 mil produtores de café foram impactados pelo fenômeno climático, abrangendo uma área total de 173 mil hectares.
Vale destacar que seis de cada 10 xícaras de café consumidas em MG passou por uma cooperativa agropecuária, demonstrando a pujança e a relevância do cooperativismo para o desenvolvimento do setor e da economia.
(Com informações: Agência Brasil, Canal Rural e Emater-MG)