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Coocafé ressalta cooperativismo e o protagonismo das mulheres na superação dos desafios da produção de café no Brasil

07/12/2021
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O trabalho da Coocafé como apoio aos produtores no enfrentamento dos desafios da produção de café no Brasil é realizado através das consultorias técnicas com objetivo de desenvolver os associados para que se tornem verdadeiros especialistas. Tudo isso é feito de forma personalizada para a região e propriedade em que estão inseridos.

A instabilidade climática do Brasil é um exemplo, destaca o presidente da Coocafé, Fernando Cerqueira: “atualmente o maior problema enfrentado pelos produtores de café do Brasil tem sido o clima, porque ele não tem controle aparente; ainda que tenhamos a previsão do tempo a assertividade é baixa e muitos eventos são catastróficos, como o que vivenciamos esse ano e continuamos vivenciando. E infelizmente esse é um problema que foge das mãos dos cafeicultores”.

Além disso, pautada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU: 4 (educação de qualidade), 5 (igualdade de gênero), 10 (redução das desigualdades) e 11 (cidades e comunidades sustentáveis), a cooperativa oportuniza também às esposas, filhas (os) e demais familiares participarem de ações de reponsabilidade socioambiental e projetos que contribuem para o crescimento da produtividade e qualidade dos cafés, sempre colaborando com o meio-ambiente.

Com graduação em Cooperativismo, um dos responsáveis por esse trabalho de campo é o analista de desenvolvimento cooperativista da Coocafé, Ailton Ribeiro. Ele destaca que o cooperativismo é um grande aliado do produtor: “é por meio do cooperativismo e das boas práticas de cooperação que a cafeicultura e o agronegócio nacional conseguem superar os maiores desafios, pois o processo de troca de conhecimentos, economia solidária, ajuda mútua sustentável e disponibilidade de créditos e finanças direcionados é que alavanca o mercado por intermédio de um braço tão importante da economia social (que são os trabalhos incansáveis das Cooperativas)”, reforça o analista.

Trazido por Francisco de Melo Palheta, o café que hoje é a principal, se não a única, fonte de renda de milhares de famílias chegou a solo brasileiro em meados dos anos 1727. Na história, há vestígios de que os primeiros grãos foram enviados pela esposa do governador francês Claude d’Orvilliers. Demonstrando então que há quase três séculos a mulher faz a diferença nessa história.

Mulheres e o café

Porém, no contexto da cafeicultura, o reconhecimento quanto ao trabalho feminino nas propriedades ainda é pequeno. Em uma pesquisa realizada pela Embrapa, principal órgão de pesquisa brasileira agropecuária, os resultados apontam que somente em 2017 foi registrada a participação das mulheres na produção de café. De acordo com a pesquisadora, Helena Alves, “a ausência de mulheres em entidades representativas do setor levou a uma percepção equivocada de que, no Brasil, as mulheres não desempenham papel relevante na cafeicultura”. Os números levantados demonstram também que de 300 mil estabelecimentos rurais com café, apenas 24% do total são dirigidos e/ou codirigidos pelo sexo feminino.

Importante destacar é que essa realidade não fez com que muitas dessas mulheres desistissem de colocar a mão na massa. Elas têm saído do papel de coadjuvante e se tornado verdadeiras protagonistas de suas histórias de sucesso em meio a tantos desafios.

É o caso da produtora Reinildes de Barros, que hoje é proprietária de cerca de 16 mil árvores cafeeiras e conta que nem sempre trabalhou com lavoura própria, por muitos anos colheu café para terceiros; muitas vezes precisou renunciar a sonhos comuns para conseguir, junto a seu esposo, adquirir uma propriedade e se dedicar ainda mais à produção de café.

“Eu sempre trabalhei com café. Em 1999 nós herdamos uma pequena propriedade, mas não tinha produtividade e muito menos qualidade. Foi em 2013 que, após trabalharmos muito para terceiros e juntarmos dinheiro, conseguimos replantar a lavoura. Sete anos depois, em 2020, nós descobrimos que nosso café pontuava bem e tinha um sabor frutado, ficamos apaixonados. Há pouco mais de um ano eu faço parte da AMUC (Associação de Mulheres do Café da região das Matas de Minas e Caparaó). Nos encontros nós conversamos muito sobre nossa realidade, trocamos ideias, aprendemos juntas. A associação abriu portas que eu jamais imaginava e tem me dado oportunidades que eu não acreditava poder alcançar. E a partir de então tenho buscado mais conhecimento para fazer com que a nossa propriedade cresça, nossa produtividade siga aumentando e a qualidade seja cada vez melhor. E lógico, ao longo de todos esses anos de aprendizado e mudanças sempre tivemos o apoio da Coocafé. O consultor técnico está sempre presente e esse apoio faz toda diferença”, explica.

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