As cooperativas de crédito foram as que mais se destacaram na operacionalização dos recursos do Funcafé em relação as demais instituições financeiras do Brasil. De acordo com Conselho Nacional do Café (CNC), no ano agrícola de 2021/2022, R$ 1,4 bilhão dos recursos foram aprovados pelas cooperativas de crédito, o que corresponde a 23,8% do total de recursos autorizados pelas demais instituições financeiras do país. Em Minas Gerais, 10 cooperativas disponibilizaram os recursos: Sicoob Credicarmo, Sicoob Credivar, Sicoob Agrocredi, Sicoob Coopacredi, Sicoob Credialp, Sicoob Credinter, Cooperativa Central Crediminas, Sicoob Credipatos e Sicoob Credicarpa.
Segundo o Conselho Nacional do Café (CNC), os recursos liberados aos produtores de café alcançaram R$ 5.1 bilhões no país, representando 86% do total de recursos contratados pelas instituições financeiras. Os valores foram repassados aos produtores de acordo com as linhas de crédito específicas do Funcafé, sendo R$ 1.8 bilhão para Comercialização; R$ 1.2 bilhão para Custeio; R$ 669,39 milhões para Capital de Giro; R$ 1.1 bilhão como linha de Financiamento para Aquisição de Café (FAC) e R$ 358,07 milhões para Recuperação de Cafezais Danificados (55%). Esse foi o maior percentual de recursos já liberados para o Funcafé desde 2003.
O Sistema Nacional de Crédito Cooperativo é o segmento que mais cresce no crédito rural, superando os demais grupos do Sistema Financeiro Nacional, de acordo com o Banco Central do Brasil. Além disso, o cooperativismo de crédito em Minas Gerais desempenha papel fundamental no apoio e fomento à cafeicultura através da disponibilização de crédito. Na safra 2021/22, houve um incremento de 12,5% do montante total de crédito liberado pelo Funcafé para as cooperativas de crédito em relação à safra 2020/21. No mesmo período, o volume liberado para as demais instituições financeiras apresentou um decréscimo de 4,2%.
Vale ressaltar que o café é o principal produto agrícola de Minas Gerais. O último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), da safra de 2021, apontou que o Estado foi responsável pela produção de 46,4% de todo o café produzido no Brasil. “As cooperativas desempenham importante papel nessa cadeia produtiva. No ano de 2020, elas foram responsáveis por 56,8% do café produzido em Minas Gerais e por 31,2% do café produzido no Brasil, são mais de 80 mil produtores ligados a uma cooperativa de café em Minas. A cada 10 xícaras de café produzidas no Brasil, três passaram em uma cooperativa mineira. Há que se destacar ainda que o café foi o produto agrícola mais exportado pelas cooperativas mineiras em 2020. Ao todo foram embarcadas 369,4 mil sacas do grão para mais 54 países”, sinaliza a analista de desenvolvimento e monitoramento de cooperativas do Sistema Ocemg, Diana Oliveira.
Histórico
O Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) foi criado em 1986 com a finalidade de desenvolver a cadeia produtiva do café do Brasil através de financiamentos e incentivos à modernização da cafeicultura (mais produtividade e qualidade) e também a pesquisa cafeeira, buscando produzir com menor custos e mais tecnologia, além de apoiar a indústria e a exportação.