O programa Agro 360, do canal Terra Viva, integrou a Semana Internacional do Café no último dia 19 de novembro, em uma rodada de conversa com representantes de entidades ligadas à cadeia produtiva cafeeira, incluindo o cooperativismo.
Os presidentes Ronaldo Scucato, do Sistema Ocemg; e Carlos Augusto Rodrigues de Melo, da Cooxupé, estavam entre os convidados. Além deles, participaram o presidente da Faemg, Roberto Simões, o diretor da Café Editora, Caio Fontes, e a diretora executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais, Vanusa Nogueira.
O programa apresentou um panorama do café brasileiro, bem como um retrato do cooperativismo em Minas Gerais. Ao todo, são 53 cooperativas de café mineiras, que congregam mais de 96 mil cooperados, geram de 8,8 mil empregos diretos e possuem um faturamento de cerca de 14,7 bilhões. As cooperativas são responsáveis por 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio do Estado e o volume de café comercializado por elas representa 70% da produção cafeeira de Minas. São mais de 393 mil toneladas de café de cooperativas exportados, chegando a aproximadamente 50 países.
Scucato falou sobre como o cooperativismo colabora para o incremento do setor cafeeiro, “muito do que os pequenos produtores produzem, se não houvesse cooperativas, não seria possível comercializar. Isso porque o setor cooperativista produz e distribui, evitando o caos social”. O dirigente exaltou ainda o papel do Sescoop, que contribui para a educação e a formação profissional dos cooperados, colaboradores e gestores das cooperativas de café, com foco na melhoria da gestão e desenvolvimento do negócio cooperativo.
Sobre a Cooxupé, maior cooperativa e exportadora de café do Brasil, foi exibido um vídeo que ressaltou que ela é referência na cafeicultura nacional. Sediada em Guaxupé, no sul de Minas, a cooperativa, embarca, este ano, para os mercados interno e externo, 5,9 milhões de sacas de café verde tipo arábica, das quais 5 milhões são destinadas ao mercado internacional, de acordo com levantamento do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé). A cooperativa tem atuações também nas regiões do Cerrado Mineiro e Vale do Rio Pardo, congregando mais de 15.800 cooperados, de cerca de 200 municípios. Em 2020, a Cooxupé registrou marca histórica nos últimos 40 anos no recebimento de café, especialmente, em outubro, quando foram recebidas mais de 7,8 milhões de sacas.
“A cafeicultura do Brasil é a maior do mundo no aspecto de produção e caminhamos para sermos o maior consumidor de café do planeta, sendo hoje o segundo país em consumo”, ressaltou o presidente da Cooxupé. Melo frisou que mais de 80% dos produtores que se encontram em cooperativas de café, como é o caso da própria Cooxupé, são micro e pequenos. “Já imaginaram a importância disso para essas famílias de produtores, dar visibilidade do produto delas para todo o mundo?”, complementou sobre a relevância de se associar a uma cooperativa e da SIC para elipsar o café mineiro para outros países.
Safra 2020
O 3º Levantamento Brasileiro para a Safra Cafeeira 2020, da Conab, em ano de bienalidade positiva, apresentou uma produção de 61,6 milhões de sacas, um crescimento de 25%, sendo o arábica com produção estimada de 47,4 milhões de sacas – alta de 38,1% e o Conilon com estimativa de 14,3 milhões de sacas – redução de 5,1%. A safra atual, além da bienalidade produtiva, que significa uma produtividade maior, sendo os fatores climáticos também determinantes para a produção. A Conab destacou ainda a adesão, por produtores, de recursos tecnológicos, como sistema de irrigação e colheita motorizada, que irão impulsionar, inclusive, as safras futuras. Em 2018 e 2020, as safras foram de maior produtividade agrícola já registradas, de acordo com a Companhia: o 3º levantamento, indicou que a área total cultivada no país – cafés arábica e Conilon – totaliza 2,16 milhões de hectares, incremento de 1,4% em relação ao ano passado.
