Seminário discutiu inovação sustentável e destacou papel das cooperativas para a transformação econômica e social
Em mais um marco da trajetória de sustentabilidade do cooperativismo mineiro, o Sistema Ocemg realizou a 18ª edição do Seminário de Responsabilidade Social das Cooperativas Mineiras, evento que consagra os impactos positivos das ações do segmento para a sociedade ao longo do ano. Com 336 participantes de 116 cooperativas, o encontro ocorreu em Belo Horizonte, no dia 19 de novembro, marcando o balanço das iniciativas sociais de 2024. Um dos destaques do ano foram os resultados do Dia de Cooperar – Dia C, que desde seu lançamento, em 2009, beneficiou 30 milhões de pessoas. Considerado o maior projeto de voluntariado do Brasil, a iniciativa já mobilizou 1,3 milhão de voluntários em mais de 11 mil municípios.
A programação teve o foco nas tendências e desafios ESG — sigla em inglês que se refere a ações ambientais, sociais e de governança —, uma oportunidade para avaliar o papel e as contribuições das cooperativas mineiras para essa agenda. O presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, destacou que os princípios do cooperativismo dialogam diretamente com esses pilares, o que coloca as cooperativas em uma posição de destaque no mercado. “Os valores cooperativistas são, por natureza, alinhados ao ESG. Isso nos dá uma responsabilidade adicional de liderar com exemplo e inovação, mostrando como a união e a sustentabilidade podem caminhar juntas”, afirmou. “Nosso desafio é intensificar essas práticas e garantir que as cooperativas sejam protagonistas na construção de um futuro mais justo e sustentável.”
O superintendente do Sistema Ocemg, Alexandre Gatti Lages, ressaltou a trajetória do cooperativismo mineiro em prol da sustentabilidade. Ele relembrou as iniciativas da entidade ao longo dos anos, desde a realização do primeiro Seminário de Responsabilidade Social, em 2006, até programas mais recentes, como o +Coop Desenvolvimento Sustentável e os comitês de jovens e mulheres. “O Sistema Ocemg tem trabalhado continuamente para fortalecer a pauta ESG entre as cooperativas mineiras. Essa atuação reforça o compromisso do cooperativismo mineiro com o desenvolvimento sustentável e o impacto positivo nas comunidades onde estamos presentes”.
Coop que transforma
O seminário promoveu debates enriquecedores sobre ESG, com palestras de especialistas. No painel “Como o ESG Transformou as Empresas e o Mercado”, a jornalista e advogada Rosana Jatobá, especialista em Sustentabilidade, Gestão, Técnicas Ambientais e ESG, ressaltou que o cooperativismo já une crescimento econômico, impacto social e preservação ambiental. “Esse modelo é prova de que é possível transformar o capitalismo em algo mais sustentável e orientado por propósito. O mundo precisa dessa mudança, e o cooperativismo já trilha esse caminho”.
Na palestra “ESG, Sustentabilidade Empresarial e Mundo Digital”, o especialista em transformação digital Carlos Piazza destacou a relação entre tecnologia e sustentabilidade, apontando o cooperativismo como exemplo de integração entre inovação e valorização humana. “O modelo cooperativista combina justiça na distribuição de excedentes com transparência. Ao incorporar práticas digitais, pode ampliar ainda mais seu impacto positivo”, afirmou.
Já na palestra “ESG e Impacto Social das Empresas”, o especialista em ESG e representante da Rede Globo, Cristovam Ferrara, abordou a necessidade de adaptação do ESG às realidades das cooperativas, independentemente de seu porte. “O ESG não é custo, mas uma estratégia que agrega valor à marca, reduz custos operacionais e fortalece a reputação, além de gerar impacto social e ambiental significativo”.
ESG no DNA cooperativista
O painel “Compromisso com a Cadeia de Valor” trouxe reflexões sobre a integração de sustentabilidade, inovação e impacto positivo em todas as etapas produtivas. A especialista em Sustentabilidade e Gestão Estratégica no Agronegócio Rosilene Rosado destacou que o cooperativismo desempenha um papel fundamental na promoção de práticas sustentáveis. “Ao alinhar sustentabilidade à eficiência produtiva, as cooperativas ampliam sua competitividade e beneficiam as comunidades onde atuam”, ressaltou.
O presidente executivo da Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer), Simão Pedro de Lima, enfatizou que o ESG deve ser parte intrínseca da atuação das cooperativas. “Práticas sustentáveis não são ações isoladas; elas refletem o DNA cooperativo e uma visão de mundo integrada a um único ecossistema”.
Já o presidente do Conselho de Administração da Cresol Minas Gerais, João Paulo Dias da Fonseca, reforçou a importância de eventos como o Seminário de Responsabilidade Social para disseminar boas práticas entre as cooperativas. “Sustentabilidade é cuidar de pessoas, do meio ambiente e gerar retorno financeiro. Esse equilíbrio é a base do cooperativismo”, destacou.
Lideranças e responsabilidade social
Durante o seminário, lideranças de cooperativas mineiras destacaram a responsabilidade social como uma forma de colocar em prática o compromisso das cooperativas com a comunidade e compartilhar resultados que beneficiem os cooperados e a sociedade.
Para Adalberto de Souza Lima, presidente do Sicoob Credimata, o impacto social depende da atuação integrada entre cooperativas e suas comunidades: “Devemos criar iniciativas que fortaleçam o desenvolvimento local e promovam uma transformação positiva na qualidade de vida”.
O diretor-presidente da Unimed BH, Frederico Peret, ressaltou a importância de alinhar inovação e ESG aos valores cooperativistas. “O cooperativismo é uma força de transformação social, essencial para enfrentar desafios globais como sustentabilidade e desigualdade”.
Cáthia Rabelo, presidente da Cooperativa de Trabalho Médico, Especialidades e Atividades Correlatas (Femcoop), destacou a necessidade de dar maior visibilidade às práticas cooperativistas relacionadas ao ESG para mostrar a performance do segmento nessa agenda. “É fundamental alinhar responsabilidade social à ética e ao compliance, fortalecendo o impacto das nossas ações”, explicou.
O presidente do Sicoob Credilivre, Sebastião de Lourdes Lopes, reforçou a importância de capacitar dirigentes para implementar práticas inovadoras nas áreas ambiental, social e de governança. “A adoção do ESG é indispensável para o crescimento sustentável das cooperativas e a melhoria da qualidade de vida das comunidades”, concluiu.
Próximo destino: Rochdale
Durante o Seminário de Responsabilidade Social das Cooperativas Mineiras, o Sicoob Crediara, a Cresol Minas Gerais e o Sicoob Credicopa foram premiadas com uma viagem a Rochdale, na Inglaterra, Capital Mundial do Cooperativismo. A missão internacional ao local onde foi criada a primeira cooperativa do mundo foi sorteada entre as cooperativas mineiras que registraram suas ações no Dia C 2024.
“Essa é uma oportunidade incrível para aprofundarmos nosso conhecimento sobre as origens do cooperativismo e aplicarmos esses aprendizados na nossa realidade”, afirma Antônio Marcos Silva, conselheiro administrativo do Sicoob Crediara. “Estamos ansiosos para trazer inovações que fortaleçam ainda mais nosso impacto positivo nas comunidades onde atuamos”, concluiu.
Registre a ação da sua coop
A próxima edição do Livro do Dia C incluirá ações cadastradas até 31/12/2024. As cooperativas que participaram do Dia de Cooperar, o Dia C, devem registrar suas ações no Sistema de Registro das Iniciativas – Bússola Social, que centraliza informações de todas as entidades do Brasil.
Ao registrar as ações socioambientais da sua coop, você ajuda a inspirar outras pessoas.
Juntos, podemos fazer a diferença!