Organizações de vários países estão unidas e trabalhando para alcançar o plano proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) na última década em busca de prosperidade, erradicação da pobreza e desenvolvimento sustentável. Isso porque, em 2015, 193 países membros da ONU aprovaram, por consenso, em Nova Iorque, a adoção da Agenda 2030 e dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), resultados de um processo de estudos iniciado na Conferência Rio+20 em 2012.
Desde então, firmou-se um compromisso de atuar em parceria colaborativa para colocar este plano em prática. Além dos ODS, existem 169 metas, que norteiam as ações dos países, entidades, empresas e pessoas engajadas neste movimento mundial. De acordo com o site das Nações Unidas, “Os ODS buscam concretizar os direitos humanos de todos e alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas. Eles são integrados e indivisíveis, e equilibram as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental”.
O Sistema Ocemg, em 2018, se tornou a primeira Unidade Estadual cooperativista signatária do Pacto Global – um chamamento para as empresas alinharem estratégias e operações a 10 princípios universais que transitam nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção. Além disso, o Pacto Global incentiva o desenvolvimento de ações com foco no enfrentamento dos desafios da sociedade. Atualmente, é a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 13 mil membros em quase 80 redes locais, que abrangem 160 países.
Nesse sentido, as organizações que integram o Pacto Global assumem a responsabilidade de contribuir para o alcance desses ODS e da Agenda 2030 da ONU. Para a gerente de Educação e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Ocemg, Andréa Sayar, o compromisso da entidade segue esta linha antes mesmo de 2015, quando, em 2009, criou o Dia de Cooperar (Dia C), hoje o maior movimento de voluntariado cooperativista do Brasil. Segundo ela, quando da época dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), precursores dos ODS, o Sistema Ocemg já trabalhava na concepção de incentivar que as cooperativas desenvolvam ações possíveis de se colocar em prática nas comunidades de atuação com o foco no desenvolvimento sustentável.
A gerente frisou ainda que “atingir os Objetivos da ONU significa agir localmente naquilo que as cooperativas têm possibilidade de fazer. Ou seja, o que, dentro daquele município ou daquela microrregião, pode realizar, sozinha ou em intercooperação, para promover o desenvolvimento local, de acordo com as necessidades daquele lugar, identificadas previamente”.
Andréa ressaltou que o tempo é curto e faltam apenas 10 anos para o cumprimento da Agenda 2030, portanto “o que as cooperativas podem e devem fazer é estudar as metas e ODS, identificando o que é factível, o que é possível de colocar em prática de imediato e ao longo da década para mensurar, futuramente, resultados qualitativos em um relatório de desenvolvimento sustentável”.
A analista de Promoção Social do Sistema Ocemg, Rouzeny Zacarias, lembrou que a pandemia desestruturou as ações para o alcance desses objetivos. No seu entendimento “é importante pensar que cada indivíduo deve ser um exemplo de ações sustentáveis e que essa pessoa pode promover iniciativas cotidianamente, seja o oferecimento de uma refeição para uma pessoa em situação de rua, seja no momento em que cuida da sustentabilidade de casa, faz o descarte correto do lixo, e o próprio respeito humano pensando no ecossistema como um todo. Costumo dizer que precisávamos, nós todos, ser os ODS”. Para ela, o cooperativismo tem uma grande capilaridade e tem como característica, desde a sua criação, a preocupação com o desenvolvimento local.
“Já faz mais de 10 anos que o Dia C tem sido realizado e abraçado pelas cooperativas, o que mostra o envolvimento e comprometimento do cooperativismo com a Agenda 2030. De acordo com os dados do Dia de Cooperar, entre pessoas envolvidas, temos, por exemplo, uma média anual de cerca de 3 milhões de beneficiados”, reforça a gerente de Desenvolvimento Social de Cooperativas do Sescoop, Geane Ferreira. A gestora comentou sobre os desafios para o atingimento dos ODS e reforçou que existem ainda questões em âmbito nacional a serem alcançadas em relação ao desenvolvimento sustentável, bem como a pandemia, que trouxe outras situações a serem consideradas. E finalizou: “O Sistema OCB continua parceiro e confiante na Agenda 2030 e entende que as cooperativas vão continuar atuando e contribuindo para a erradicação da pobreza no Brasil e contribuindo para o atingimento das metas”.