Com representantes de Minas e mais cinco estados, o coop mostrou sustentabilidade e diversidade no maior evento de artesanato da América Latina
A arte e a criatividade de dez cooperativas brasileiras foram destaque na 35ª Feira Nacional de Artesanato (FNA), realizada no Expominas, em Belo Horizonte, na primeira semana de dezembro. Organizado pelo Instituto Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor (Centro Cape), o evento reuniu cerca de 3 mil expositores e atraiu mais de 100 mil visitantes.
O artesanato cooperativista foi apresentado em um estande especial, montado pelo Sistema Ocemg em parceria com o Sistema OCB. Além das coops mineiras Dedo de Gente, Coopemapi e Cooperárvore, o espaço reuniu o acervo das cooperativas: Comart, Coopercrutac e Cobarts, do Rio Grande do Norte; Coopevej, do Ceará; Arteza, da Paraíba; Copamart, do Amazonas; e, Turiarte, do Pará
O presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, afirma que a feira é uma importante vitrine para mostrar o trabalho e o talento de famílias cooperativistas que têm no trabalho manual sua fonte de renda. “Além da capacitação e fomento às cooperativas de artesanato, o Sistema Ocemg também tem o compromisso de promover a visibilidade e o fortalecimento dos artesãos cooperativistas mineiros, incentivando a participação em feiras e exposições como essa”.
Ao todo, 733 estandes mostraram ao público de Belo Horizonte a diversidade dos produtos artesanais brasileiros, principalmente da região dos vales do Jequitinhonha, Mucuri, Rio Doce e cidades do entorno do Rio São Francisco, em Minas Gerais. Em cinco dias, a feira movimentou cerca de R$ 55 milhões, de acordo com os organizadores. A programação também incluiu oficinas e uma cozinha show com degustação de pratos típicos mineiros.
Para Danielle Aparecida Carvalho de Oliveira, coordenadora administrativa da Dedo de Gente, uma das três cooperativas mineiras presentes na feira, essa participação é um momento de grande expectativa. Ela explica que os jovens artesãos iniciam a produção com três meses de antecedência, confiantes nos resultados e na visibilidade que o evento proporciona ao cooperativismo. “Aguardamos a feira durante todo o ano. Nossa participação garante boas vendas, novos clientes e uma renda essencial para os jovens da Dedo de Gente”. Além disso, Danielle destaca o apoio da Casa do Cooperativismo Mineiro, que, ao ceder o espaço em seu estande, amplia a visibilidade dos artesãos e abre portas para novos mercados. “É uma oportunidade de mostrar talento, criatividade e a riqueza cultural das peças, conquistar novos públicos e firmar parcerias promissoras”, conclui.
Saiba mais sobre as cooperativas mineiras participantes da 35ª Feira Nacional de Artesanato:
Dedo de Gente: Criada em 1996, a cooperativa reúne mais de 80 artesãos do Vale do Jequitinhonha e do Norte de Minas, com unidades de produção nas cidades de Araçuaí e Curvelo. Nas chamadas fabriquetas, os cooperados produzem objetos de arte em bambu, sucata de ferro, bordados, embalagens, além de doces, licores e peças de vestuário. A associação também investe no reaproveitamento de resíduos, como garrafas pets, que dão forma a várias peças de decoração. Seus trabalhos – especialmente em sucata de ferro – conquistaram mercados internacionais, levando a arte mineira para além das fronteiras brasileiras.
Coopemapi: Localizada na cidade de Bocaiúva, no Norte de Minas, a Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas tem oito anos e reúne cerca de 400 famílias. Com a marca Mel das Gerais, a cooperativa produz mel puro, extrato de pólen e outros derivados da apicultura provenientes do mel extraído da aroeira. Além de gerar renda e estimular o desenvolvimento local, a cooperativa também tem como missão reflorestar a região, marcada pela exploração de monoculturas e mineração.
Cooperárvore: inclusão e sustentabilidade definem a essência desta cooperativa que surgiu em 2006, na cidade de Betim. Liderada por mulheres, a coop mineira leva renda para mais de 50 cooperados que transformam resíduos industriais em artigos como necessaires, bolsas, porta-vinhos, sacolas entre outros produtos artesanais. A produção ultrapassa 10 mil peças por ano. Além do trabalho sustentável, com a redução do impacto ambiental, a iniciativa contribui para o empoderamento feminino, gerando renda e trabalho para mulheres.