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Dados econômicos e financeiros são apresentados para cooperativas agropecuárias

29/06/2021
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O Sistema Ocemg realizou, no dia 24 de junho, o Encontro das Cooperativas Agropecuárias, com foco em apresentar cenários e perspectivas para o setor, bem como os principais indicadores do período entre 2016 e 2020 apontados pelo Programa Desempenho, antigo Programa de Desenvolvimento Econômico-Financeiro (GDA). A iniciativa recebeu especialistas dos setores econômicos e agropecuário, que explanaram para 115 presidentes, gestores e contadores das cooperativas mineiras.

Na ocasião, o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, abriu os trabalhos do encontro ressaltando que o ramo Agropecuário é o alicerce do cooperativismo e do país, produzindo e alimentando brasileiros e estrangeiros.

Sobre o Desempenho, Scucato reforçou que é ‘importante que as cooperativas analisem seus dados econômicos e financeiros, fazendo comparações internas, ou seja, no Estado, externas, em relação às demais cooperativas brasileiras, a fim de se prepararem para continuar crescendo”.

A primeira palestra do dia ficou a cargo do economista, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, entre 1995 e 1998, e ex-secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior da Presidência da República, em 1998, José Roberto Mendonça de Barros, que abordou o Cenário Agrícola Brasileiro e os Desafios para as Cooperativas.

“O Brasil construiu a agropecuária mais competitiva do mundo e isso vem sendo edificado ao longo de anos”, comentou. Entre os motivos para isso, ele citou a qualidade das terras e estudos para sua melhoria, bem como pessoal capacitado no setor agro. O especialista falou ainda sobre como a economia brasileira pode afetar a agropecuária neste ano e no primeiro semestre de 2022, sendo que a projeção para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) até o final do ano é de 4,5% e nos primeiros seis meses do ano que vem, estima-se que 1%. Porém, ele alerta que é preciso cautela devido alguns fatores que podem influenciar o crescimento, como uma nova onda de Covid-19, alta de juros e da inflação, bem como a escassez de água neste período de seca.

Em um segundo momento, representantes de cooperativas de café e leite foram segmentados em grupos para palestras específicas. Junto às cafeeiras ficou o engenheiro agrônomo, palestrante e sócio consultor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros. Ele explicou que a pandemia mudou o cenário do consumo de café no mundo, principalmente nos Estados Unidos e Europa, onde existem muitas cafeterias que ficaram fechadas por longos períodos.

Segundo ele, uma das dúvidas para os próximos meses é sobre o consumo dentro de casa compensar aquele afetado pelo consumo nestes espaços, algo que pode ser alterado com o avanço das vacinas, e outra questão é sobre as alterações na prioridade de compras das pessoas. “Quando trabalhamos o conceito de oferta e demanda, temos que avaliar que o mundo está voltando a uma normalidade, mas nunca será como era antes”, alertou.

Na sala sobre leite, o engenheiro agrônomo, doutor em economia, palestrante e consultor da SpiesAgro, Airton Spies, apresentou exemplos da Austrália, maior produtor lácteo do mundo, a serem seguidos pelas cooperativas e produtores para observarem o ritmo de crescimento dos últimos anos. Para ele, “o mercado mundial não irá tolerar a ineficiência por muitos anos e nós temos algumas questões desse tipo que podemos e vamos mudar”. Spies frisou que é importante que o setor de produção de leite dê cada vez mais ênfase à gestão das propriedades, invista em escala de produção, em tecnologia de ponta e na produção de biomassa a partir dos dejetos da produção pecuária, assim como uma maior organização entre produtores e indústria. “Tudo isso irá acarretar na maior eficiência das cadeias”, disse.

De acordo com Spies, existe um déficit de oferta do produto: o mundo só tem 57% do leite que deveria ter e este é um mercado a ser alcançado.

Dados do Desempenho

O analista da Gerência de Desenvolvimento e Monitoramento de Cooperativas do Sistema Ocemg, José Fidelis, apresentou os dados do Programa Desempenho para os participantes e frisou as novidades para este ano: um novo sistema, mais fácil e robusto, e um relatório de acompanhamento trimestral.

Foram analisados dados das 102 cooperativas do ramo, de um total de 193 atuantes em Minas Gerais. Elas representam 90% do faturamento de todo o ramo, assim como 91% do total de cooperados e 88% do total de empregados. Segundo levantamento do programa, a partir das participantes do Desempenho, entre 2020 e 2019, o Agro cresceu 29,3%; tendo o grupo de cooperativas de café crescido 23,6%, as do grupo leite 38,5% e dos demais produtos, 32,9%, no mesmo período.

Outro dado importante relativo à atividade cooperativista, as sobras, que são os resultados da gestão, também tiveram resultados relevantes. O Agro, em geral, somou R$ 891,93 milhões em sobras em 2020, crescimento de mais de 34%. As cooperativas de leite experimentaram um crescimento de 261,4% em relação ao ano anterior, fechando o período com R$ 298,44 milhões em sobras. Já as produtoras de café cresceram 9,7%, com R$ 602 milhões em sobras, e as dos demais produtos do setor tiveram mais de 102% em crescimento, totalizando R$ 109,97 em sobras.

Os indicadores serão detalhados, posteriormente, junto às cooperativas que manifestarem interesse em receber a visita dos técnicos do Sistema Ocemg, referentes ao Programa Desempenho. Para agendar, é preciso entrar em contato com a equipe a partir do e-mail [email protected].

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