Criada em 1996, a cooperativa Dedo de Gente celebrou, em março, 24 anos de atuação. Atualmente integram a cooperativa 42 jovens cooperados, nos municípios de Curvelo, Araçuaí e Raposos, sendo que, ao longo destas mais de duas décadas, aproximadamente 1.500 jovens já foram formados pela cooperativa.
A Dedo de Gente surgiu de um desdobramento do trabalho do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD), fundado em 1984, pelo antropólogo e educador popular Tião Rocha. “Os jovens egressos do projeto Ser Criança, realizado pelo CPCP começaram a se organizar em unidades de produção solidária, chamadas de “fabriquetas”, e a aplicar o aprendizado para produção de doces com frutos da região, arranjos com sementes secas, esculturas de sucata de ferro, objetos com restos de madeira”, explica a coordenadora da cooperativa, Cláudia Santos.
A produção da Dedo de Gente se ampliou gradativamente, em diversidade e qualidade e, hoje, existem várias fabriquetas, como, por exemplo: serralheria, marcenaria, softwares, produção audiovisual, cartonagem, jardinagem, produção de compotas, licores e geleias, turismo comunitário e construção de casas de passarinhos.
Entre os motivos para a longevidade da cooperativa, Cláudia ressalta a valorização das raízes culturais e da preservação do meio ambiente, ligadas às atividades realizadas pelos artesãos, bem como o espirito cooperativista, já que a receita total gerada nas fabriquetas é dividida entre os artesãos. “Na Dedo de Gente, os jovens cooperados não são o público beneficiário, mas atores principais de tudo o que acontece. O protagonismo se constrói com investimento no desenvolvimento pessoal e profissional de cada um”, completou Cláudia.
Covid-19
De acordo com a coordenadora da cooperativa, Cláudia Santos, a causa coletiva, o cuidado com as pessoas e com o meio ambiente sempre foram primordiais para a Dedo de Gente. E neste período de isolamento para prevenção da disseminação do novo coronavírus, a equipe adotou medidas como home office e a realização das reuniões, chamadas de rodas, virtualmente.”Os jovens estão criando peças em suas casas e vão às fabriquetas eventualmente e seguindo as devidas instruções de segurança, somente para finalizar, usar alguma máquina necessária. Também, estamos mobilizando costureiras para fazerem máscaras, levamos o material a todas que se dispõem a ajudar, nosso objetivo é distribuir a população”, ressaltou.
