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Desafios e tendências do setor leiteiro em debate no Encontro de Cooperativas Agropecuárias Mineiras

17/06/2024
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Evento aconteceu durante a Megaleite, considerada a maior exposição de pecuária leiteira da América Latina

 

O Sistema Ocemg promoveu a 2ª edição do Encontro de Cooperativas Agropecuárias Mineiras – Segmento Leite, no dia 12 de junho. Desta vez, o evento aconteceu no Expominas, durante a Megaleite, a maior exposição de pecuária leiteira da América Latina. Estiveram presentes 100 cooperativistas do ramo representadas por presidentes, diretores e gestores. O objetivo do encontro foi discutir estratégias para fortalecer e aumentar a competitividade do setor.

O presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, abriu o evento convidando o público para uma missão importante: cuidar dos talentos do agro. Scucato chamou a atenção para a necessidade das coops do segmento de se aproximarem ainda mais das entidades representativas, como o Sistema Ocemg. “Temos tudo o que é preciso para o fortalecimento do ramo. Um exemplo, é a capacitação, que é fundamental para o crescimento das entidades. Além disso, é importante buscar maneiras de melhorar a nossa comunicação para ampliar a mensagem de que o agro é fundamental para a balança social do Brasil”.

O deputado estadual Antonio Carlos Arantes (PL), presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo, também participou do evento. Ele destacou: “Minas é a força do agronegócio. Aqui o setor tem voz e vez. Temos trabalhado de forma sincronizada com o cooperativismo, afinal, ninguém faz nada sozinho”. Arantes enfatizou também o objetivo de buscar ações que possam acelerar o crescimento do setor.

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, destacou que a realização do encontro é estratégica para o agronegócio mineiro, especialmente após um ano desafiador como foi em 2023. “Se somos fortes hoje, com 126 mil produtores de café e mais de 1 milhão de hectares plantados, além de sermos líderes na produção de leite, é por causa do cooperativismo”, ressalta. “O movimento beneficia todos os envolvidos, inclusive os pequenos produtores, uma vez que cerca de 97% das propriedades rurais brasileiras se enquadram nesse modelo. Por isso, a parceria com o Sistema Ocemg é tão importante para a discussão de ações que precisamos tomar para o crescimento econômico em nosso Estado”.

 

Cenário mineiro

O superintendente do Sistema Ocemg, Alexandre Gatti Lages, destacou a necessidade de um futuro mais cooperativo e sustentável. Ele enfatizou que o Sistema Ocemg está preparado para apoiar as cooperativas por meio de formação profissional e capacitação. Em seguida, apresentou dados sobre gestão, movimentação financeira e projetos”.

Conforme o último Anuário de Atividades Econômicas e Sociais do Cooperativismo Mineiro, as cooperativas agro do Estado movimentaram quase R$ 45 bilhões em 2022, o que equivale a aproximadamente 22% do total movimentado no Estado. “A produção das cooperativas de leite de Minas Gerais representa quase 20% da produção de leite do Brasil, nos colocando como o maior produtor do país”.

O superintendente também mencionou o MinasCoop Energia, programa criado pelo Sistema Ocemg em 2021, que hoje envolve 39 cooperativas e 77 usinas de geração de energia, com um investimento próximo a R$40 milhões. “As usinas geram 8,8 megawatts de energia, o que é suficiente para abastecer 600 mil casas por dia. Atualmente, apenas duas cooperativas de leite estão participando do projeto”, disse. “As usinas proporcionam renda para famílias que arrendaram suas terras. No caso das usinas do Sistema Ocemg, três famílias receberam, nos últimos três anos, quase R$ 66 mil. Das 172 cooperativas agropecuárias em Minas Gerais, 11 já possuem usinas de energia. Por isso, nossa meta é incluir mais nove cooperativas agropecuárias no projeto de energia até o final de 2024”.

Na palestra “Panorama das Cooperativas Agropecuárias do Segmento Leite em Minas Gerais – Indicadores PDGC e Desempenho”, José Fidelis, analista de Desenvolvimento e Monitoramento das Cooperativas do Sistema Ocemg, apresentou o Programa de Desenvolvimento Econômico e Financeiro. “Trata-se de um mapeamento e acompanhamento dos principais indicadores financeiros das cooperativas, baseando-se no balanço patrimonial e na demonstração de sobras e perdas”, explica. “A partir desses dados, consolidamos números e montamos cenários para que a cooperativa possa se comparar e melhorar seu desempenho”.

Fidelis acrescenta que existem boas expectativas para as cooperativas do setor. “Os preços já apresentaram melhorias e os estoques voltaram à normalidade, então a perspectiva é positiva para o restante do ano”, avalia. “Com base nesse panorama, as cooperativas poderão traçar estratégias e elaborar um plano de ação para suas atividades e indicadores. Além disso, esses dados podem servir como um guia para avaliar a gestão da cooperativa”.

 

Em busca de novos horizontes

O painel “Competitividade – Construindo um Novo Horizonte” foi mediado pela engenheira agrônoma, coautora e executora do modelo Conseleite adotado nos Estados do Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina, Rondônia e Mato Grosso. “Entre os diversos assuntos discutidos, destaco a exportação, que deixou de ser uma opção e se tornou uma necessidade. Encontros como esse são estratégicos por proporcionarem aprendizado, além de reflexões e novas percepções significativas sobre o cenário”.

Vasco Praça Filho, presidente da Fecoagro Leite Minas, trouxe o tema “Cenário da Pecuária de Leite de Minas Gerais e ações futuras conjunturais e estruturantes para melhoria da competitividade”. Ele enfatizou o trabalho de liderança, organização e representação do Sistema Ocemg, destacando a necessidade de aproveitar ao máximo essa influência. “Para fortalecer o cenário, é fundamental uma parceria entre cooperativas e o governo com o objetivo de implementar políticas que beneficiem os produtores locais”.

Durante o painel, o especialista em pecuária leiteira e mestre em Inspeção e Tecnologia de Produtos de Origem Animais, Fernando Pinheiro, apresentou o tema “As transformações e inovações das Cooperativas de Leite no Brasil”. Segundo ele, a atenção a este assunto é essencial para a competitividade. “Sem buscar a modernização, não conseguimos nos manter relevantes no mercado”, explica. “O cooperativismo é um motor econômico e social que, apesar dos desafios, mostra sua relevância em diversas cadeias produtivas e é fundamental para o combate à pobreza. A intercooperação promovida é fundamental para fortalecimento do setor”

Marcelo Candiotto, presidente da Cooperativa Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR), abordou o tema “O cenário de Minas frente aos desafios do Leite” e destacou que, apesar do crescimento, pequenos produtores ainda enfrentam obstáculos significativos, especialmente relacionados à viabilidade econômica e à conformidade com padrões de qualidade. “Muitos estão deixando a atividade, evidenciando a necessidade de assistência técnica e capacitação para melhorar a gestão e a produtividade”, enfatizou. Candiotto também mencionou que as cooperativas têm investido nesse sentido para aumentar a sustentabilidade e a eficiência na produção leiteira.

Thiago Bernadino de Carvalho, economista agrícola e doutor em administração, encerrou o evento com a palestra sobre “As transformações, evoluções e futuro da cadeia do leite no Brasil”. Ele destacou: “O encontro proporcionou muitas ideias positivas, com a presença de lideranças engajadas. Cada uma delas interessada em boas práticas e ações que defendem seus interesses pessoais, mas todas dispostas a discutir interesses comuns de forma unida”. Carvalho observou que “as cooperativas estão seguindo um caminho muito interessante como cadeia produtiva”.

 

O que dizem os participantes

César Lacerda, diretor-presidente da Cooperativa Agropecuária de Pompéu (Coopel), disse que o encontro é um espaço necessário para o debate e networking entre cooperativas do ramo. “Cada cooperativa tem suas particularidades, mas estamos juntos em um momento que fortalece, principalmente, a cadeia do leite”, afirmou. “O Sistema Ocemg nos dá um excelente suporte, principalmente em gestão e governança, nos orientando a trazer novos planos e ferramentas para o desenvolvimento da cooperativa. O agro vive um novo momento e isso demanda novas soluções para que sustentemos a pecuária leiteira. Estes eventos nos ajudam a definir novas diretrizes para tomadas de decisões”.

Lucas Alckmin, presidente da Cooperativa Regional Agropecuária de Santa do Sapucaí (CooperRita), compartilha da visão de que o diálogo e a troca de experiências são fundamentais para o setor. “Compreendemos os desafios e problemas comuns que enfrentamos, e como podemos agir para resolvê-los através da intercooperação”, destacou. “Passamos por uma mudança de cenário por consequência do que aconteceu no Rio Grande do Sul. Por isso, será necessário repensar esses cenários para compreender os reflexos de tudo isso a longo prazo. O momento pede união para podermos analisar tudo e desenhar novas estratégias”.

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