Nesta quinta-feira, dia 14 de abril, é comemorado o “Dia Mundial do Café” e o Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, já começou os preparativos para a colheita da safra 22, antes estimada com potencial para uma super produção, mas atualmente considerada como uma das safras mais desafiadoras dos últimos anos nas principais regiões produtoras do país, que também apostam em 2022 como um ano de início de recuperação, mas também de muita cautela com as inúmeras incertezas que ainda rondam o setor cafeeiro.
Os impasses para a safra de 2022 começaram ainda no ciclo anterior com seca prolongada, altas temperaturas e no último inverno o fator geada trouxe ainda mais impactos para o Brasil. Produtores de todas as regiões, inclusive as áreas que usam tecnologia de irrigação, sentiram as adversidades climáticas. Em Minas Gerais, maior estado produtor de café do país, além da seca, a geada do ano passado avançou também para o Cerrado Mineiro. No sul mineiro, área de atuação da Cooxupé, apesar de ainda não ser possível mensurar o tamanho da safra, a produção vai se consolidando bem abaixo do ideal, mas com expectativas positivas para 2023.
“O momento hoje é mais tranquilo, as chuvas de janeiro e fevereiro foram positivas. Em março, apesar do volume abaixo do ideal, foi bom para o produtor fazer controle do mato. Não existe nenhum movimento contrário, mas a preocupação ainda com a safra que de fato será mais baixa”, afirma Mário Ferraz de Araújo – Gerente do Departamento de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé.
O porta-voz acrescenta ainda que além do custo de produção, que avançou muito nos últimos anos, há também no radar certa preocupação com o custo da colheita este ano, já que com a produção mais baixa, o trabalho no campo acaba ficando com custo mais elevado para o produtor. “Nós já sabemos que a bienalidade foi “invertida”, 2022 seria de safra alta, mas teremos mais uma safra de colheita baixa. Há sim uma preocupação com o custo dessa colheita, em saber como o produtor vai lidar com esse custo. Ainda não é possível falar de números, mas a safra vai se consolidando menor que a 20, podendo ficar próximo de 2021″, acrescenta.
Para o produtor do Cerrado Mineiro, que foi pego de surpresa com as temperaturas muito abaixo do esperado e pontos com geada de intensidade severa, os preparativos para a colheita – que deve começar na segunda quinzena de maio, a realidade também é de desafios. Segundo Simão Pedro de Lima, Diretor Superintendente da Expocaccer também ressalta que ainda não possível “bater o martelo” para os números da safra, mas que sem os problemas climáticos a produção poderia chegar a, pelo menos, 7 milhões de sacas na região. As primeiras estimativas indicam que a produção deste ano deve ficar entre 4 e 5 milhões de sacas.
Com relação às condições atuais da lavoura, Simão afirma que é mais positivo do que o observado neste mesmo período no ano passado, com boa formação dos grãos, mas que isso traz expectativa para um café de boa qualidade, sem alterar a quebra de produção no Cerrado Mineiro. “A maturação está uniforme, nós tivemos uma única florada, o que observamos é que se tem poucos frutos, mas bem formados. Quando se faz o corte do grão para verificar broca, por exemplo, podemos ver neste momento uma boa formação do grão”, comenta.
Os dados da Expocaccer mostram ainda que que dos 245 mil hectares de café no Cerrado Mineiro, estima-se que aproximadamente 77 mil tenha sentido os efeitos das geadas. Deste montante, cerca de 35 mil tiveram geada severa, ou seja, sem produção para este ano, o que justifica uma quebra tão expressiva para este ano. Assim como no sul mineiro, as chuvas do início do ano eram esperada para recuperação do solo e ajudaram também na recuperação da planta para o ano que vem, que correspondeu bem e agora fica no radar do produtor as próximas etapas para a produção de 2023 que na realidade começa agora no campo.
O cenário é o mesmo na Alta Mogiana/São Paulo, outra área de potência na produção brasileira de café arábica, e que vê a safra se consolidando com quebra de 45%, de acordo com dados da Cocapec. Saulo de Carvalho Faleiros – Diretor comercial da cooperativa, afirma que o cenário atualmente, quando comparado com ano passado, é positivo, traz esperança para o ano que vem, mas momento ainda é de bastante incerteza diante do custo elevado de produção, taxa de juros elevada e as condições climáticas que continuam no radar.
“As lavouras estão boas, tudo se projetando para boa recuperação em 2023. Tudo está caminhando bem, nessa época no ano passado estávamos há mais de 45 dias sem chuvas, mas agora tem chovido bem. Produtor está iniciando os preparativos para a colheita. A primeira fase do desenvolvimento para ano que vem está sendo excelente”, explica Saulo.
O diretor acrescenta que o momento ainda é de cautela para o produtor e ainda pede muita cautela para que se aproveite as boas oportunidades que o mercado oferece, além de destacar o produtor que fez um bom trabalho de gestão e que consegue passar pelos momentos de crise com pouco mais de tranquilidade.
Dia Mundial do Café: Brasil se prepara para colher a safra mais enigmática dos últimos anos
Os impasses para a safra de 2022 começaram ainda no ciclo anterior com seca prolongada, altas temperaturas e no último inverno o fator geada trouxe ainda mais impactos para o Brasil. Produtores de todas as regiões, inclusive as áreas que usam tecnologia de irrigação, sentiram as adversidades climáticas. Em Minas Gerais, maior estado produtor de café do país, além da seca, a geada do ano passado avançou também para o Cerrado Mineiro. No sul mineiro, área de atuação da Cooxupé, apesar de ainda não ser possível mensurar o tamanho da safra, a produção vai se consolidando bem abaixo do ideal, mas com expectativas positivas para 2023.
“O momento hoje é mais tranquilo, as chuvas de janeiro e fevereiro foram positivas. Em março, apesar do volume abaixo do ideal, foi bom para o produtor fazer controle do mato. Não existe nenhum movimento contrário, mas a preocupação ainda com a safra que de fato será mais baixa”, afirma Mário Ferraz de Araújo – Gerente do Departamento de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé.
O porta-voz acrescenta ainda que além do custo de produção, que avançou muito nos últimos anos, há também no radar certa preocupação com o custo da colheita este ano, já que com a produção mais baixa, o trabalho no campo acaba ficando com custo mais elevado para o produtor. “Nós já sabemos que a bienalidade foi “invertida”, 2022 seria de safra alta, mas teremos mais uma safra de colheita baixa. Há sim uma preocupação com o custo dessa colheita, em saber como o produtor vai lidar com esse custo. Ainda não é possível falar de números, mas a safra vai se consolidando menor que a 20, podendo ficar próximo de 2021″, acrescenta.
Para o produtor do Cerrado Mineiro, que foi pego de surpresa com as temperaturas muito abaixo do esperado e pontos com geada de intensidade severa, os preparativos para a colheita – que deve começar na segunda quinzena de maio, a realidade também é de desafios. Segundo Simão Pedro de Lima, Diretor Superintendente da Expocaccer também ressalta que ainda não possível “bater o martelo” para os números da safra, mas que sem os problemas climáticos a produção poderia chegar a, pelo menos, 7 milhões de sacas na região. As primeiras estimativas indicam que a produção deste ano deve ficar entre 4 e 5 milhões de sacas.
Com relação às condições atuais da lavoura, Simão afirma que é mais positivo do que o observado neste mesmo período no ano passado, com boa formação dos grãos, mas que isso traz expectativa para um café de boa qualidade, sem alterar a quebra de produção no Cerrado Mineiro. “A maturação está uniforme, nós tivemos uma única florada, o que observamos é que se tem poucos frutos, mas bem formados. Quando se faz o corte do grão para verificar broca, por exemplo, podemos ver neste momento uma boa formação do grão”, comenta.
Os dados da Expocaccer mostram ainda que que dos 245 mil hectares de café no Cerrado Mineiro, estima-se que aproximadamente 77 mil tenha sentido os efeitos das geadas. Deste montante, cerca de 35 mil tiveram geada severa, ou seja, sem produção para este ano, o que justifica uma quebra tão expressiva para este ano. Assim como no sul mineiro, as chuvas do início do ano eram esperada para recuperação do solo e ajudaram também na recuperação da planta para o ano que vem, que correspondeu bem e agora fica no radar do produtor as próximas etapas para a produção de 2023 que na realidade começa agora no campo.
O cenário é o mesmo na Alta Mogiana/São Paulo, outra área de potência na produção brasileira de café arábica, e que vê a safra se consolidando com quebra de 45%, de acordo com dados da Cocapec. Saulo de Carvalho Faleiros – Diretor comercial da cooperativa, afirma que o cenário atualmente, quando comparado com ano passado, é positivo, traz esperança para o ano que vem, mas momento ainda é de bastante incerteza diante do custo elevado de produção, taxa de juros elevada e as condições climáticas que continuam no radar.
“As lavouras estão boas, tudo se projetando para boa recuperação em 2023. Tudo está caminhando bem, nessa época no ano passado estávamos há mais de 45 dias sem chuvas, mas agora tem chovido bem. Produtor está iniciando os preparativos para a colheita. A primeira fase do desenvolvimento para ano que vem está sendo excelente”, explica Saulo.
O diretor acrescenta que o momento ainda é de cautela para o produtor e ainda pede muita cautela para que se aproveite as boas oportunidades que o mercado oferece, além de destacar o produtor que fez um bom trabalho de gestão e que consegue passar pelos momentos de crise com pouco mais de tranquilidade.
“Esse trabalho de planejamento junto com produtor foi muito importante, estamos começando a entrada os fertilizantes já para a próxima safra. Foi uma luta grande para garantir e ainda estamos atravessando esse momento, o último ano está entre um dos mais difíceis para a região de Franca, mas o produtor foi muito resiliente, ainda tem uma pontinha de medo, mas a esperança de recuperação é muito grande”, comenta.
Em relação ao mercado, Saulo acredita que a Bolsa de Nova York já precificou os problemas no Brasil e que a partir de agora as atenções se voltam ao clima e também para a safra 2023, o que pede ainda mais cautela do produtor.
“Já vivemos momentos de preço baixo, mas de produção. Agora nós estamos com preços em outros patamares, mas com aumento de custo e produção mais baixa. Nova York opera acima de 220 cents/lbp e isso só aconteceu umas sete vezes nos últimos 50 ano”, comenta.
Diante deste cenário e com a entrada da safra brasileira nos próximos meses, Saulo destaca que é muito importante que o produtor faça análise de risco, entendendo os custos particular de cada propriedade para minimizar os desafios que devem continuar no médio prazo.
Por:Virgínia Alves
Fonte:Notícias Agrícolas