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Dicas de competitividade de campeã olímpica são realidade em cooperativas mineiras

15/07/2024
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Reportagem publicada na Cooperação em Revista traz lições ensinadas pela ex-jogadora de basquete, Hortência Marcari, que já são aplicadas por coops no Estado

 

No universo dos esportes, os bons resultados são fruto da união de talentos individuais e da sintonia entre os jogadores de uma equipe. Seja nos campos ou nas quadras, o esforço para a vitória deve ser sempre coletivo. Assim como um atleta contribui para o desenvolvimento do seu time, cada membro de uma cooperativa tem um papel importante na busca por resultados e na construção de um ambiente de trabalho positivo, onde a cooperação torna o grupo mais competitivo no mercado.

“Nos esportes e nas cooperativas, passamos por muitas dificuldades, mas também aprendemos a ser disciplinados”, ensinou a ex-jogadora de basquete Hortência Marcari — uma das maiores referências de todos os tempos na modalidade, segundo a Federação Internacional de Basquetebol (FIBA). Ela esteve no lançamento do PDGC 2024, realizado pelo Sistema Ocemg em março, e deu uma aula sobre liderança para os dirigentes e gestores das cooperativas mineiras.

Confira, a seguir, algumas dicas ensinadas por Hortência para tornar sua cooperativa campeã e veja como nossas cooperativas têm colocado essas ideias em prática:

 

Tenha metas claras e siga o plano

“Se você tem um sonho, é fundamental ter um plano concreto para realizá-lo. Enquanto o sonho nos indica para onde devemos ir, o plano nos mostra como chegar lá. Só não realiza um sonho quem não dá o primeiro passo para ir atrás”

A Cooperativa de Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas (Coopemapi) é um exemplo claro de como ter metas claras e seguir um plano, pode ser transformador para os negócios. Luciano Fernandes de Souza, presidente da Coopemapi, destaca que a definição de objetivos ambiciosos e a crença nas capacidades dos cooperados foram fundamentais para o sucesso da cooperativa. Criada em 2016 por aproximadamente 100 apicultores, a Coopemapi se tornou uma potência exportadora de mel de aroeira, um produto exclusivo da região com propriedades terapêuticas únicas.

A cooperativa investiu na capacitação dos cooperados e na qualificação da produção, conquistando certificados nacionais e internacionais de sustentabilidade. Hoje, o mel de aroeira da Coopemapi é comercializado no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa, incluindo mercados exigentes como Bélgica e Alemanha. Além disso, a cooperativa é a primeira e única da região Norte de Minas Gerais a processar o mel de aroeira com registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF), garantindo a qualidade do produto e sua comercialização no Brasil e no exterior.

Com a cadeia do mel consolidada, a Coopemapi agora busca diversificar seus produtos, investindo em pólen, própolis e cera de aroeira. A cooperativa também criou o primeiro curso técnico do país em apicultura, em parceria com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). “Definido o desafio, estabelecida a meta, é preciso partir para ação. Tudo isso, é claro, com planejamento”, aconselha Luciano.

 

O bom líder motiva o time

“Mesmo em um esporte individual, não se está sozinho. Ao redor do atleta, há uma equipe composta por técnico, preparador físico, assistente, fisioterapeuta e médico. O trabalho nunca é solitário, mas se o líder não motiva, não há resultados. Ele caminha junto, acolhendo e auxiliando no dia a dia”

A Cooperativa dos Prestadores de Serviços Autônomos de Lagoa Santa (Coopresa) é um exemplo de como a motivação e a liderança eficaz têm o poder de transformação. Fundada em 1997, a Coopresa é a única coop brasileira especializada na manutenção de aeronaves. Com mais de 800 cooperados, a cooperativa já revitalizou mais de 600 aeronaves e revisou mais de 9.000 itens, atendendo toda a aviação civil do Brasil.

Lívia Maria Duarte, presidente da Coopresa, destaca a importância de incentivar a participação dos cooperados. “Liderar uma cooperativa não é uma tarefa simples”, reconhece Lívia. “A gestão requer habilidades para incentivar a participação dos membros na tomada de decisão e garantir que todos se sintam parte do projeto”.

Lívia explica que um dos grandes desafios da liderança cooperativista é o fato de todo cooperado também ser dono do negócio. “Todos nós temos os mesmos direitos, então isso às vezes é um pouco desafiador no escalonamento das responsabilidades. Em um momento eu sou presidente, em outro momento eu sou um mecânico de manutenção, um coordenador”, destaca.

A presidente da Coopresa destaca que o capital humano é o recurso mais valioso da cooperativa. Por isso, é fundamental estar sempre próximo da equipe. “Nós acompanhamos o cooperado, promovemos o senso de pertencimento, conhecemos a situação de sua família e seu nível de profissionalização, para que ele se sinta verdadeiramente parte da cooperativa”.

 

Quem não muda não cresce. É preciso saber se reinventar

“Assim como no esporte, a vida profissional requer foco, concentração e confiança em si mesmo e no trabalho que é realizado. Também é importante ter a capacidade de se reinventar e manter o equilíbrio. Somos pressionados o tempo todo, mas o que faz a diferença é como lidamos com isso”.

A Cooperativa dos Profissionais de Educação em Guaxupé (Coopeg) é um exemplo de como a capacidade de se reinventar pode levar ao crescimento e à sustentabilidade. Fundada em 1998, a Coopeg enfrentou desafios significativos durante a pandemia de Covid-19, perdendo 25% de seus alunos. No entanto, a gestão responsável e a capacidade de adaptação permitiram à cooperativa superar as dificuldades e crescer significativamente.

Beatriz Ribeiro do Valle Antonelli, diretora presidente da Coopeg, destaca que a evolução da cooperativa se deve à dedicação em oferecer um ensino de qualidade e em promover a cultura cooperativista. “A evolução da Coopeg aconteceu porque não perdemos o foco, pois buscamos oferecer um ensino de qualidade para nossos alunos, em um ambiente adequado e prazeroso para todos que convivem ou simplesmente passam pela escola”, afirma Beatriz.

Durante a pandemia, a Coopeg investiu em equipamentos e internet, garantindo a continuidade das aulas e o suporte aos cooperados. “Tínhamos uma reserva financeira para essa situação. Além disso, nossos cooperados que ficaram sem trabalho receberam o valor do seu repasse na totalidade”, conta Beatriz.

Com uma gestão humana e eficiente, a cooperativa soube superar as dificuldades e apresentou um crescimento significativo no número de alunos, muito superior ao registrado no período pré-pandemia. Beatriz acredita que os princípios do cooperativismo têm um papel fundamental na liderança. “Eles representam a síntese de viver em harmonia, respeito ao próximo e união de forças para alcançarmos juntos o que não conseguiríamos sozinhos”.

Para saber mais sobre essas e outras histórias inspiradoras, acesse a Cooperação em Revista publicada em abril neste link.

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