Segundo dados do Cepea/OCB, na variação sobre o final de novembro, o leite UHT (caixinha) está sendo vendido à R$ 3,32/litro (alta de 1,4%) e o queijo muçarela (derivado que mais subiu de preço durante a crise), a R$ 26,61/Kg (alta de 1,5%). O leite Spot (venda de leite entre laticínios), voltou a acelerar no início de dezembro, chegando a R$ 2,40 o litro (variação positiva de 6,5%). Já o leite em pó fracionado teve um ligeiro recuo (-1%), vendido no início do mês a R$22,90/Kg.
Quanto ao preço pago na fazenda, durante a reunião mensal de conjuntura do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite, pesquisadores e analistas da instituição afirmaram que 2020 foi um bom ano para os produtores, apesar do aumento nos custos. Embora o preço do leite tenha recuado no pagamento de novembro em 5,3% em relação a outubro, na comparação com o mesmo mês de 2019, os preços estão 51,4% maiores, segundo dados do Cepea, na média nacional. Para o pagamento de dezembro, o analista Denis Rocha acredita que, o cenário de oferta restrita em função da seca no Sul e custos elevados podem segurar os preços próximos aos patamares atuais.
Quanto aos preços pagos pelo consumidor, em novembro, o IPCA (índice de Preços ao Consumidor Ampliado – apurado pelo IBGE) indicou queda na cesta de leite e derivados (- 1.02%) após meses de elevação, com destaque para o leite longa vida (- 3,47%) e leite condensado (- 1,72). As altas foram registradas na manteiga (1,74), leite em pó (1,54%), queijo (0,71%) e iogurte e bebidas lácteas (0,38%).
As importações de leite e derivados continuam em alta. Em novembro, o volume importado foi de 189 milhões de litros de leite equivalente, que representa mais de 8% da produção inspecionada esperada para o mês. Entretanto, o também analista da Embrapa Gado de Leite, José Luiz Belline, informou que o preço de importação do produto está mais próximo aos praticados no Brasil, com os movimentos recentes de queda na taxa de câmbio e de elevação das cotações internacionais. O que mais preocupa no momento são os preços do milho e do farelo de soja que, mesmo perdendo força na última semana, continuam em patamares elevados. Com queda de – 6%, o milho está sendo cotado a R$ 74,69/Kg e a o farelo de soja (queda de – 1%) a R$ 2.922,00/tonelada.
Para 2021, o pesquisador Glauco Carvalho acredita numa recuperação do cenário macroeconômico, ainda que modesta. “Ainda há muitas incertezas sobre fatores que podem gerar grande impacto no mercado lácteo, como o fim do auxílio emergencial e a duração da pandemia, que influenciam a velocidade de retomada da economia”. De todo modo, reforça o pesquisador, “existe uma previsão de forte crescimento da Ásia e a economia mundial está se recuperando, o que é bom para nossas exportações em geral. Além disso, as baixas taxas de juros tendem a redirecionar capital do mercado financeiro para a economia real, o que deve contribuir para a retomada da economia”.
O balanço final dos pesquisadores da Embrapa prevê a permanência dos custos de produção em patamares elevados que juntamente com a questão do clima devem manter a oferta de leite ainda limitada no início de 2021, mas acreditam que os produtores devam manter uma margem de rentabilidade satisfatória.
Fonte: Embrapa