Belo Horizonte recebeu o quinto evento, reafirmando o protagonismo mineiro no compromisso com fortalecimento do coop regional e nacional
A Casa do Cooperativismo Mineiro sediou, no dia 21 de fevereiro, a quinta edição dos encontros regionais preparatórios para o 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC). Participaram da reunião, 41 representantes de 32 cooperativas, representando todos os ramos do coop estadual. A promoção dos encontros é mais uma ação de compromisso com o fortalecimento do cooperativismo mineiro e nacional do Sistema Ocemg, que tem atuado como um ator de vanguarda na realização destes eventos.
Além de Belo Horizonte, na semana passada foram realizados ainda os encontros regionais em Uberlândia (20/02) e Montes Claros (23/02). Também já ocorreram eventos em Governador Valadares (31/01), Divinópolis (06/02) e Varginha (07/02). Os próximos encontros acontecerão em Unaí (05/03) e, mais uma vez, Belo Horizonte (06/03). Vale lembrar, que a capital mineira receberá o evento novamente devido à alta demanda de coops que solicitaram participação.
Os encontros, que chegam à reta final, são palco para a discussão dos desafios enfrentados pelo setor em Minas Gerais. As demandas levantadas nos oito encontros regionais serão compartilhadas no CBC, que será realizado pelo Sistema OCB entre os dias 14 e 16 de maio, em Brasília. “Estão sendo reuniões produtivas, pois temos coletado informações estratégicas que irão agregar muito ao CBC. Levaremos soluções efetivas para a gestão do coop, não só para Minas Gerais, mas para todo o Brasil”, mostra Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Ocemg. “Além disso, é uma grande oportunidade de estarmos cada vez mais próximos das nossas cooperativas e nos aprofundarmos mais em seus processos”, completa.
Em sua fala, na abertura do evento, Ronaldo Scucato comentou sobre gratidão por, mais uma vez, os dirigentes acreditarem no sistema cooperativo. “Ficamos muito satisfeitos com a participação de todos. Organizamos os encontros em todo o Estado de forma dinâmica, a fim de conseguir ouvir o máximo de cooperativas possível e alinhar nossas demandas para o CBC. Estamos certos de que iremos representar o cooperativismo mineiro da forma correta no congresso”.
Dinâmica do evento
O encontro foi conduzido pelo professor da Faculdade Unimed, Nemízio Antônio de Souza. Na ocasião, ele lembrou do Desafio BRC 1TRI — Brasil Mais Cooperativo 1 Trilhão de Prosperidade, lançado em 2022, pelo Sistema OCB, com o objetivo de estimular o cooperativismo brasileiro a gerar R$ 1 trilhão de prosperidade para o país na forma de trabalho, renda, inovação e oportunidade, além de alcançar a marca de 30 milhões de cooperados e 630 mil empregados até 2027. “Este objetivo reflete a busca por um crescimento expressivo e sustentável, visando impactar positivamente a economia e a sociedade”, explica o especialista em cooperativismo, com 25 anos de experiência na área.
Durante a explanação, o professor abordou as tendências globais para o setor e ressaltou a importância das cooperativas estarem atentas e adaptáveis ao ritmo do mercado atual. “Quando falamos de avanço, precisamos ter um olhar para o futuro. O primeiro passo é compreender que o passado não serve de modelo, mas de referência para o que vivemos hoje”.
Segundo Nemízio, para levantar as demandas a serem enviadas ao CBC, é importante que os cooperativistas reflitam os rumos do setor com o olhar no que é preciso mudar no presente. “Os representantes e dirigentes das instituições devem avaliar o interesse e as conexões das pautas levantadas neste encontro. A longevidade das organizações só vai acontecer se elas conseguirem trabalhar o fortalecimento de sua imagem e ganhar boa reputação”, completa.
Participação das cooperativas
Após a explanação do professor Nemízio, o público, formado por presidentes e membros das diretorias das cooperativas, foi dividido em sete grupos. Cada equipe discutiu um tema: ESG, intercooperação, inovação, negócios, representação, comunicação e cultura cooperativista. Após 1 hora de debates, os grupos voltaram e apresentaram o resultado das discussões nos tópicos: oportunidades, ameaças e desafios.
Para a presidente da Cooperativa dos Prestadores de Serviços Autônomo de Lagoa Santa (Coopresa), Livia Maria Duarte, o momento foi importante para dar voz às cooperativas. “O encontro nos permitiu falar sobre as dificuldades e conhecer mais sobre a realidade de cada ramo. Conseguimos sair daqui falando a mesma língua, independente da atividade que a cooperativa desempenha”, ressalta.
Já a diretora da Cooperativa dos Granjeiros do Oeste de Minas (Cogran), Juliana Lemos Faria Gabriel, acredita que a conexão criada durante o encontro irá agregar valor em todo o setor. “São grupos diversos, de diferentes regiões, e essa troca é motivadora, traz força para engajar e continuar trabalhando com o nosso propósito”, aponta.
O diretor de Integração e Mercado da Unimed Federação Minas, Vítor Guilherme Maluf Curi, afirma que compartilhar as dificuldades e conhecer mais detalhes das atividades dos outros ramos foi essencial para compreender melhor as demandas a serem levantadas. “O meu grupo discutiu sobre negócios e como poderíamos melhorar os recursos na singularidade de cada cooperativa”, explica. Impressionado com o resultado do encontro, ele acrescenta que “foi uma oportunidade única e muito agregadora”. Mas, apesar disso, não ficou surpreso. “O Sistema Ocemg sempre oferece esse tipo de experiência para o coop mineiro avançar cada vez mais. Estão todos de parabéns!”, finaliza.
Eugênio de Souza, presidente da Sicoob Cecref, conta que tem participado de vários eventos voltados para o ramo de crédito, mas que nenhum se compara ao encontro de preparação para o CBC. “Poucas reuniões agregam todos os ramos e isso é muito interessante. É uma oportunidade de discutir a intercooperação, fator que julgo fundamental para o fomento do setor”.
Na percepção de Wander José Reis, diretor da cooperativa de consumo Cooperouro, o encontro regional foi a oportunidade de cada cooperativa mostrar o que tem de mais representativo e unir todas essas qualidades em demandas únicas para o CBC. “Essa troca de experiências é fundamental para todos nós. Acredito que todo o cooperativismo mineiro irá colher os frutos das ideias levantadas aqui”, pontua.
A presidente da Cooperativa dos Profissionais de Educação em Guaxupé (Coopeg), Beatriz Ribeiro, fez questão de sair da cidade, distante 416 quilômetros de Belo Horizonte, para participar do evento. “O Sistema Ocemg sempre trabalha para que a gente possa ter uma visão mais ampla do segmento em que atuamos. Esse é o tempo para compreendermos as tendências e usá-las a nosso favor”, explica. “A Organização disponibilizou várias datas e cidades para que pudéssemos encontrar o melhor momento para participarmos deste processo”, conclui.
Na avaliação de Bruno Carmo, diretor-presidente do Sicoob Uni Sudeste, um dos maiores desafios é disseminar a cultura cooperativista. “Estabelecemos diretrizes em nosso grupo, principalmente no que diz respeito à melhor comunicação dessa cultura. Entendemos que o cooperativismo já tem um propósito e um princípio imbatíveis em relação a qualquer outro sistema. Porém, ainda falta uma melhor comunicação desse propósito e desses princípios dentro do sistema para que possamos gerar um sentimento de pertencimento. É necessário fazermos também divulgação externa para que as pessoas possam conhecer o cooperativismo e se apaixonarem por ele”.
Vale lembrar que ainda dá tempo de fazer a inscrição para participar dos últimos encontros, que serão realizados em Unaí (05/03) e em Belo Horizonte (06/03). O registro é feito pelo e-mail [email protected].
Preparativos para o CBC
Com o tema “Construindo prosperidade que se multiplica”, o CBC é considerado um dos eventos mais importantes do setor, por ser um ambiente de tomadas de decisões e definições sobre os rumos do movimento cooperativista do país.
O congresso tem sido palco de mudanças significativas que reverberam no cooperativismo brasileiro até os dias de hoje. As diretrizes estratégicas aprovadas no último evento, em 2019, abordaram áreas fundamentais como comunicação, acesso a novos mercados, gestão e governança, estímulo à intercooperação, inovação e representação institucional. E não faltam expectativas para a edição de 2024. “Vamos trabalhar para garantir que nossa capacidade de nos diferenciar e de liderar mudanças seja a tônica das nossas ações para oferecermos produtos e serviços cada vez mais conectados com as necessidades da sociedade, mantendo o propósito cooperativista de atuar em prol de um mundo mais justo, equilibrado e feliz”, afirma o presidente Márcio Lopes de Freitas.
A superintendente da Organização, Tania Zanella, destaca que o CBC irá estruturar o caminho necessário para o alcance dos resultados almejados. Ela lembra que, a partir do Congresso, pautas importantes foram levantadas e deram impulso necessário para grandes projetos, “como o comitê Elas Pelo Coop, que nasceu com o objetivo de intensificar a participação das mulheres no cooperativismo”, exemplifica. “Além dele, menciono também o comitê Geração C, que busca engajar os jovens e fortalecer o cooperativismo nas novas gerações”.
Segundo Tania, o evento promete ser intenso, mas o futuro do cooperativismo brasileiro depende do planejamento e da colaboração de todos os presentes no congresso. “Devemos ter o CBC como uma base, onde iremos gerar ideias, traçar estratégias e iniciar a caminhada para um sistema cooperativista mais engajado e forte”, conclui.