O IBGE lançou no dia 26 de outubro, em Curitiba, o resultado do Censo Agropecuário 2017, desenvolvimento em parceria com a OCB. O evento foi realizado no Palácio Iguaçu e contou com a presença da presidente do Instituto, Suzana Cordeiro Guerra, do governador paranaense, Carlos Massa Ratinho Júnior, e do superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile, dentre outras autoridades políticas locais.
Em Minas Gerais, representantes do Sistema Ocemg participaram, no mesmo dia, na sede do IBGE em Belo Horizonte, do lançamento dos dados. Na ocasião, foram feitos ainda comparativos dos resultados nacionais com aqueles alcançados no setor agropecuário do Estado.
O levantamento apontou, por exemplo, que a faixa de idade que mais conta com produtores rurais é entre 45 e 55 anos em âmbito nacional (24,3%), enquanto em Minas, 27,2% dos produtores tem mais de 65 anos. O Censo Agro mostrou também que há 1.763.094 mulheres na direção e codireção de estabelecimentos agropecuários no Brasil e 162.840 em Minas.
Além disso, o valor da produção agropecuária no Brasil no Censo de 2017 foi de R$ 465 bilhões (66% produção vegetal e 34% animal) no Brasil, sendo que em Minas Gerais foi de aproximadamente R$60 bilhões (60% produção vegetal e 40% animal).
A OCB se empenhou na divulgação do Censo Agro junto às cooperativas do país, visando sensibilizar os produtores rurais sobre a importância de participar do processo que levanta as informações do campo brasileiro. A intenção foi assegurar que a pesquisa apresentasse detalhes cada vez mais precisos do setor produtivo.
Após o período de coleta de dados a OCB também participou das divulgações parciais. Agora, a Unidade Nacional avalia os resultados consolidados da pesquisa, com o objetivo de subsidiar a realização de iniciativas que contribuam para o desenvolvimento não só das cooperativas agropecuárias, mas com todos os elos do setor produtivo nacional.
Agricultura familiar
De acordo com os dados do Censo Agropecuário de 2017, que tem como base a data de 30 de setembro de 2017, o número de estabelecimentos rurais no Brasil diminuiu, passando de 5.175.636, em 2006, para 5.073.324, em 2017. Também apontam uma redução de 9,5% no número de estabelecimentos classificados como de agricultura familiar, em relação ao último. O segmento também foi o único a perder mão de obra. Enquanto na agricultura não familiar houve a criação de 702 mil postos de trabalho, a agricultura familiar perdeu um contingente de 2,2 milhões de trabalhadores.
Em 2017, dos 4,6 milhões de estabelecimentos de pequeno porte que poderiam ser classificados como de agricultura familiar, apenas 3,9 milhões atenderam a todos os critérios. “Dez anos depois, a configuração dos produtores mudou. Aumentou muito o número de estabelecimentos em que o produtor está buscando trabalho fora, diminuiu a mão de obra da família e está diminuindo a média de pessoas ocupadas. O estabelecimento acaba não podendo ser classificado porque não atende aos critérios da lei” comenta Antônio Carlos Florido, gerente técnico do Censo Agropecuário.
Ainda assim, a agricultura familiar continua representando o maior contingente (77%) dos estabelecimentos agrícolas do país, mas, por serem de pequeno porte, ocupam uma área menor, 80,89 milhões de hectares, o equivalente a 23% da área agrícola total. Em comparação aos grandes estabelecimentos, responsáveis pela produção de commodities agrícolas de exportação, como soja e milho, a agricultura familiar responde por um valor de produção muito menor: apenas 23% do total no país.
(Com informações do Sistema OCB)