Não é novidade que o segmento do agronegócio é um dos poucos da economia que vem crescendo nos últimos anos, mesmo com a desvalorização da moeda e com a crise política intensificada pela pandemia do Covid-19.
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a CNA, o agro brasileiro alcançou participação de 26,6% em 2020 no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Em valores monetários, totalizou R$7,45 trilhões no último ano, sendo que o agronegócio representou R$2 trilhões.
Olhando para esses dados vemos o potencial que esse mercado tem para oferecer, ainda mais quando intensificado pela inovação. Já comentei algumas vezes que o setor possui muitos negócios agregados e as tecnologias passaram a ter um campo gigante de atuação, propondo inúmeras facilidades e ganhos de eficiência operacional. Exemplo disso tem sido as fintechs de crédito digital capazes de proporcionar diversos benefícios a todos os players da cadeia e com menos burocracia.
De acordo com o Mapeamento Agtech 2021, realizado pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), existem aproximadamente 300 agtechs ativas. Destas, apenas 9% resolvem problemas de comercialização, atuando somente como marketplace ou fintech. No caso das fintechs, a maioria oferece serviços relacionados à crédito (em parceria com bancos ou financeiras) e as que transacionam geralmente em marketplace, utilizam as opções do mercado em geral (PagSeguro, Mercado Pago, Wirecard, Iugu, entre outras). e etc.).
Veja só como soluções vieram para revolucionar o agronegócio. Nos dias atuais, por meio de uma plataforma e com apenas poucos cliques, os produtores rurais conseguem abrir uma conta digital para emitir diversas transações financeiras – receber pagamento com cartão, links de pagamento e emissão de boletos. Os benefícios são inúmeros, o uso da tecnologia no campo avançou tanto que já é possível ofertar a produção para compradores, receber propostas, comprar insumos e ter acesso a todas as informações do negócio em um único local, otimizando a operação e ajudando a ter controle de todas as suas atividades.
Para quem está imerso no agronegócio, essas evoluções garantem uma eficiência operacional fora da curva, aumentam a produtividade e elevam o grau de satisfação de todos os players da cadeia. Reforço aqui que auxiliar as negociações e levar integração de meio de pagamento eletrônico para o campo, é algo que até pouco tempo atrás era utópico e as atualizações do setor não vão parar por aí.
Se me cabe dar um conselho, as plataformas de transações financeiras chegaram timidamente e já estão ganhando o mercado, tenho certeza de que serão tendência para 2022. Por isso, aproveite para se preparar no finalzinho desse ano e começar o próximo com seus dashboards atualizados e configurados!
Marcus Linhares é professor do IFPI, Mestre, Doutor e Pós Doutor em Empreendedorismo e Inovação, e responsável pelo NAVE – Núcleo Avançado de Educação Empreendedora (NAVE Lab – IFPI). É fundador e CEO da Bipp, agrofintech brasileira que facilita as negociações e integra transações de compra e venda entre produtores, fornecedores e agroindústrias
Fonte: PiaR Comunicação
