Cooperativistas de todo o país participaram, no dia 17 de novembro, em formato online, de mais uma edição do Seminário Nacional do Ramo Transporte, uma iniciativa da OCB, com apoio do Conselho Consultivo do ramo. O evento consolidou os alinhamentos estratégicos, identificados de norte a sul do Brasil, pelos seminários regionais, para seguir crescendo e ampliando os negócios do setor.
Para iniciar as atividades, a Superintendente do Sistema OCB, Tânia Zanella, ressaltou que o Seminário não deveria ser considerado um encerramento, mas sim o grande começo, o início de um diálogo e da criação de importantes insumos para atuação da organização. “Quando escutamos o que de fato incomoda e pode ser um obstáculo para o cooperativismo de transporte, sabemos que todas as discussões feitas serão o norte da nossa atuação. Esse envolvimento é a base de tudo, para que o Sistema OCB possa encontrar os caminhos e colocar essa agenda, junto aos Poderes Executivo, Legislativo ou Judiciário, para fazer uma defesa de consistência do setor”.
Segundo Zanella, o Sistema OCB tem no cooperativismo de transporte uma referência. “Queremos que o cooperativismo de transporte seja referência dentro e fora do país. Daqui para a frente, teremos muito trabalho, mas estaremos muito bem embasados e legitimados para fazer a defesa do cooperativismo de transporte”.
O coordenador do Conselho Consultivo do ramo Transporte, presidente da Federação das Cooperativas de Transporte de Cargas e Passageiros do Estado de Minas Gerais (Fetranscoop-MG) e diretor da Coopmetro, Evaldo Matos, colaborando com os apontamentos apresentados durante o evento, ressaltou que para o cooperativista mineiro “a OCB tem de fato desenvolvido um trabalho de muita aproximação e valorização do Ramo Transporte e realizando ações inovadoras que vão contribuir ativamente para o cooperativismo brasileiro. Isso nos motiva, pois a OCB é nossa referência”.
De acordo com o dirigente, o ramo Transporte está passando por um desafio diferente, de custo de operação e de resultados, sendo que nunca tivemos o volume de serviço como temos hoje. “Mas temos todos os elementos e peças desse quebra-cabeça para alavancar o cooperativismo de transporte. O agro será nosso cliente do futuro e o agronegócio cooperativo é suficiente para fazer negócios sustentáveis no sistema, junto com os outros segmentos. É importante valorizar o que temos. Chegar ao topo é questão de tempo, de estratégia e de atitude”.
Na segunda parte do Seminário, Paula Abbas – Futurista, sócia-diretora da ThinkRoom e professora do Programa de Formação de Agentes de Inovação e Transformação (ISAE/INOVA), apresentou o estudo “Cooperativismo de olho no futuro: Dinâmicas Emergentes do Setor de Transporte”.
Abbas ressaltou que é necessário entender sobre como pensar no futuro pode interferir no presente, sobre como podemos construir o futuro sem estar à mercê dos acontecimentos. “Quem conseguiu se sustentar melhor durante a pandemia, foi quem já tinha planos de contingência, quem estava preparado para um mundo complexo onde tudo pode acontecer”.
Explicando que o estudo apresenta tendências para os próximos anos, Paula salientou que “tendências são movimentos que nos levam de um lugar para ao outro, respondendo a forças atuantes. As tendências são como vírus, começam como um pequeno movimento e vão se espalhando progressivamente pela sociedade. Mas essas transformações não acontecem de um dia para o outro. Por isso, analisamos as macro e micro tendências para, posteriormente, estruturarmos uma visão ampliada das narrativas emergentes – fenômenos socioculturais que representam as mudanças em nossa sociedade – do setor de transportes”.
Na terceira e última parte do evento, o professor Ivan da Silva Melo trouxe a perspectiva das cinco regiões do país que foram ouvidas durante os seminários regionais. “Nosso grande desafio é construir um relatório que expresse os resultados dos encontros regionais e auferir objetivos estratégicos para as cooperativas. Ao longo dos encontros regionais, conhecemos e validamos o direcionamento estratégico sistêmico; analisamos o contexto do atual ambiente estratégico do setor; analisamos o ‘estado da arte’ das nossas cooperativas nesse ambiente para construir os objetivos e as iniciativas estratégicas”.
Em sua explanação, foram apresentados os pontos fortes e os pontos fracos elencados pelos participantes dos encontros regionais. E as oportunidades e ameaças observadas pelos cooperativistas do ramo transporte. “Fazendo o cruzamento destas informações é possível apontar algumas estratégias que podem contribuir para o fortalecimento do setor. As cooperativas de transporte brasileiras têm um cenário que, com ajustes internos, pode possibilitar crescimento e desenvolvimento para o ramo”.
Melo recordou que uma segunda etapa dos encontros regionais foi voltada para a construção de objetivos estratégicos, com iniciativas e metas para alcançar os resultados esperados. “A partir de todos estes dados e informações levantados, teremos poderosas ferramentas e instrumentos que servirão de parâmetros para o incremento da competitividade e no auxílio para o crescimento das cooperativas do ramo transporte”.