Segundo pesquisadores do Cepea, os destaques são verificados para os PIBs dos segmentos primário e de agrosserviços, que, em 2020, já subiram expressivos 23,03% e 7,28%, respectivamente
O PIB do agronegócio brasileiro cresceu 1,65% em agosto, segundo cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizados em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Com isso, no acumulado do ano (até agosto), o PIB do agronegócio registra expressivo avanço de 8,48%, um desempenho recorde para o período.
Segundo pesquisadores do Cepea, os destaques são verificados para os PIBs dos segmentos primário e de agrosserviços, que, em 2020, já subiram expressivos 23,03% e 7,28%, respectivamente.
Já a agroindústria, segmento do agronegócio mais afetado pelas medidas relacionadas à pandemia, seguiu com o resultado menos satisfatório. Neste caso, depois de recuar em abril e maio, o PIB do segmento agroindustrial tem demonstrado recuperação desde junho – o que explica o resultado de estabilidade (-0,09%) registrado no acumulado do período de janeiro a agosto. É importante ressaltar, também, que as dificuldades para o crescimento do PIB agroindustrial se relacionam sobretudo às atividades de base agrícola. A agroindústria da pecuária, por sua vez, tem apresentado crescimento no período, impulsionada pelos maiores preços das carnes e dos laticínios frente a 2019.
Quanto ao crescimento significativo do PIB do segmento primário na parcial de 2020, pesquisadores do Cepea indicam que reflete, pelo lado da oferta, a volumosa produção de grãos – vale lembrar que o País produziu safra 2019/2020 recorde. Além disso, o avanço se deve à forte alta nos preços agropecuários reais, resultado dos aumentos expressivos na demanda, tanto externa quanto doméstica, e do alto patamar da taxa de câmbio. No mercado doméstico, os instrumentos de políticas públicas voltados à garantia de renda aos mais impactados pela crise gerada pela pandemia têm contribuído para a sustentação da demanda. Quanto às exportações, além da demanda crescente, reforçada pelo “efeito China”, a rentabilidade e a competitividade têm sido favorecidas pela desvalorização do Real frente ao dólar.
Pesquisadores do Cepea concluem que, de modo geral, apesar de a pandemia ter afetado negativamente o agronegócio em diferentes momentos do ano e particularmente setores específicos – como hortícolas, flores e leite e diversas agroindústrias –, o desempenho geral do PIB tem se mostrado bastante favorável.
Fonte: CEPEA