A interligação entre cooperativismo, sustentabilidade e prosperidade surge como um tema fundamental para o progresso econômico e social. Essa tríade é o epicentro de um importante debate para a construção de um modelo de negócio equilibrado e justo.
Esse foi o tema da conversa que tivemos com Rosilene Rosado, consultora ESG certificada em GRI e em Gestão de Negócios Sustentáveis pelo Programa de Gestão Sustentável do International Business Management Institute (Berlim). Ela explicou que esses elementos não apenas desenham um novo paradigma empresarial, mas também oferecem um caminho para o desenvolvimento sustentável em harmonia com o meio ambiente, as comunidades locais e a viabilidade econômica.
Confira:
Rosilene, qual é a conexão entre cooperativismo, sustentabilidade e prosperidade?
A sustentabilidade é uma pauta que a gente vem tratando ao longo dos últimos 60 anos. Existe uma preocupação com o desenvolvimento econômico sustentável, pois é importante que ele esteja em harmonia com as questões sociais, ambientais e econômicas.
Para podermos caminhar rumo ao desenvolvimento sustentável, precisamos manter em equilíbrio a viabilidade econômica do negócio, mas considerando que nós também interagimos com pessoas. Neste sentido, é preciso justiça na nossa prática de negócios.
E como isso acontece na prática?
Precisamos ser ambientalmente corretos. Hoje, 51% do que produzimos no mundo, ou seja, do PIB Mundial, vem de recursos naturais. Isso mostra que não é possível alcançarmos o desenvolvimento econômico sustentável sem considerar o equilíbrio entre essas três variáveis. O ESG traz uma visão de performance por meio de critérios que vão propiciar que isso seja feito de forma socialmente justa. Então, serão observadas condições de trabalho, relações, direitos humanos, por exemplo, afinal, é isso que comprova essa justiça. Além disso, o ESG traz uma perspectiva de riscos e oportunidades. Portanto, é preciso que a governança seja ética, pois ela detém o conhecimento para avaliar todo o cenário, a fim de definir estratégias de mitigação de possíveis impactos negativos. A gestão interna de uma organização pode agir em torno da sustentabilidade, a fim de se responsabilizar pelos impactos sociais e ambientais de seu negócio.
Como todo esse cenário se alinha ao cooperativismo?
O cooperativismo tem uma afinidade intrínseca com tudo o que está relacionado ao ESG. Os princípios e valores se tornam uma bússola para direcionar as pessoas, pois tem um potencial muito grande, não só por afinidade, mas pelo enraizamento em uma comunidade. Esse potencial de fortalecer seu território cria um impacto econômico-social positivo.
Quando o assunto é sustentabilidade e ESG, nós estamos falando de desenvolvimento econômico e o cooperativismo tem um modelo de negócio equilibrado, ou seja, uma prosperidade econômica e social. E isso vem da distribuição justa de todas as riquezas, ou seja, consigo gerar através do meu trabalho e produção, um retorno para todas as partes envolvidas, no caso, os cooperados.
Como você avalia o cooperativismo em Minas Gerais dentro do conceito do ESG alinhado à prosperidade?
O cooperativismo mineiro possui um importante destaque: trabalha o desenvolvimento de seus territórios, e essa é uma característica que chama a atenção em relação a outras regiões. Além disso, observo uma intercooperação no Estado, ou seja, cooperativas de ramos diferentes que coexistem e geram valor em suas ações.
É importante ressaltar que Minas Gerais vem sendo referência, não só para o cooperativismo mineiro ou brasileiro, mas para todo o mundo. Um exemplo, é o Dia de Cooperar, que tem impactado tantas comunidades País afora, sendo que é um programa criado pelo Sistema Ocemg. O Estado está de parabéns por todas as iniciativas.
Você também pode conferir a entrevista no jornal Cooperação em Pauta de janeiro. Clique aqui.
