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Presidente do Bancoob fala sobre crescimento do cooperativismo de crédito no Brasil

19/02/2019
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Administrador de empresas com especializações nos EUA e na Alemanha, Marco Aurélio Almada ocupa, atualmente, o posto de presidente do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob). Com 30 anos de experiência profissional, Almada já foi superintendente da Confederação Nacional do Sicoob e diretor do Fundo Garantidor do Sicoob (FGS). Em entrevista ao Jornal Cooperação do mês de fevereiro ele comentou sobre o processo de educação financeira e crescimento do cooperativismo de crédito no Brasil.

Quais são as principais frentes de atuação do Bancoob? Como organização tem atuado para estimular o cooperativismo de crédito no Brasil?

A função do Bancoob e sua linha de atuação é atender a uma necessidade do cooperativismo de modo que possam competir com instituições muito maiores que elas. Para isso, a organização sistêmica favorece ganhos de escala da produção. Portanto, o Bancoob surgiu para coordenar operacionalmente a oferta de alguns produtos e serviços entre as cooperativas e fazer com que elas ganhem competitividade. Trocando em miúdos, o Bancoob existe para agregar fatores de competitividade às cooperativas.

A população brasileira conta com cerca de 100 bancos disponíveis, porém nota-se o crescimento da procura por cooperativas de crédito. Nos últimos cinco anos, o número de cooperados pessoa jurídica cresceu 80% e pessoa física, 52%. Você considera que essa é uma tendência? Por quê?

O cooperativismo ganhou uma dinâmica de crescimento muito forte após o surgimento dos bancos cooperativos, que são dois, sendo o Bancoob um deles. E nosso ciclo de crescimento, em 22 anos consecutivos de Banco, ainda não arrefeceu, o que mostra que o espaço de mercado das cooperativas não está totalmente ocupado. Enquanto isso não acontecer, nossa expectativa de crescimento ainda continua muito grande. Imagino que nossa cota de mercado que, hoje, na média de mercado, está em 4%, não deve se estabilizar antes dos 10%.

Na sua opinião, o que as cooperativas de crédito devem fazer para continuar crescendo e prosperando no mercado de instituições financeiras?

Temos feito até aqui uma boa conciliação entre nossa doutrina e o modelo de negócios vigoroso e competente. E isso explica boa parte do nosso sucesso. No entanto, o modelo de negócios de qualquer empresa está mudando em função das novas tecnologias. O desafio pela frente é continuar preservando os princípios que fundamentam a doutrina cooperativista, com modelos de negócios cada vez mais contemporâneos e digitais. O segmento cooperativista tem se capacitado e qualificado seus dirigentes, cooperados e colaboradores cada vez mais.

Quais as consequências desse trabalho de capacitação para o futuro do negócio cooperativo?

Sem a renovação das pessoas que compõem o cooperativismo, ele perde perspectiva de futuro. Nosso primeiro desafio é estar sempre renovando nosso quadro de servidores e dirigentes, para que haja continuidade. No entanto, em um ambiente de mudanças rápidas e de novas tecnologias, a capacitação faz-se muito importante para quem já está no jogo. Portanto, temos dois vetores do processo de transformação em função de novas tecnologias e a necessidade de renovação de líderes e servidores. Esse conjunto nos sinaliza que o processo de capacitação é um fator crítico de sucesso que não podemos negligenciar.

O Brasil já deu os primeiros passos para o ensino da educação financeira nas escolas. Como o cooperativismo, na sua opinião, tem contribuído para que a sociedade avance nesse sentido?

A educação financeira é fundamental para que as pessoas possam ter uma vida equilibrada. Todos os aspetos da vida passam por finanças e saber coordenar isso é muito importante. De forma que acredito que a política pública acerta ao favorecer a educação financeira. E nós, do cooperativismo financeiro temos isso como um dos nossos fundamentos e princípios. Creio que estamos vivendo um momento propício para revelarmos para a sociedade quem somos e como podemos ajudar as pessoas.

Qual é a importância de abordar esse tema e quais os benefícios programas de educação financeira podem trazer para o desenvolvimento do cooperativismo de crédito e, consequentemente, do país?

Se todos nós gerirmos bem nossas finanças, com certeza, vamos ter um país melhor. O que podemos trazer de contribuição é a participação efetiva em um processo de educação e oferta de meios para que as finanças possam ser bem geridas – tecnologias, produtos e serviços financeiros, de forma que as pessoas possam ter cada vez mais suas finanças em ordem. E a soma de uma população com as finanças em ordem faz o país também forte financeiramente.

Na sua opinião, as pessoas educadas financeiramente escolhem melhor as instituições financeiras que vão utilizar?

Essa é a evolução natural do pensamento sobre organização financeira. Perguntar-se sobre como pagar menos juros? Como receber um pouco mais pelo recurso que eu invisto? Como ter menos tarifa bancária? É natural surgirem perguntas dessa natureza quando estou pensando nas minhas finanças. Portanto, a educação financeira leva, sim, a um processo de melhor seleção da instituição financeira que me dá suporte. E pensar nisso sempre vai favorecer o cooperativismo, porque a proposta das cooperativas de crédito aos seus associados é sempre benigna.

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