Preço e demanda aquecida favoreceram a fabricação de açúcar no lugar do etanol
Minas Gerais alcançou volume recorde de 70,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2020/2021, com crescimento de 2,7% na comparação com a safra 2019/2020. A área colhida alcançou 854,2 mil hectares, com aumento de 4,1%. Os dados foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e confirmam o melhor desempenho da produção mineira desde o início da série histórica em 2005/2006.
Segundo a assessora técnica da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) Creuma Viana, o cenário trazido pela pandemia alterou o destino do processamento industrial da cana-de-açúcar, tradicionalmente encaminhada para a produção do etanol combustível. “Com a diminuição de veículos em circulação e a queda na demanda do combustível, 48,5% da safra foram destinados para a produção de açúcar, enquanto que no período anterior o percentual foi de 35,3%”, explica. Para o etanol (hidratado e anidro), a produção alcançou 3,1 bilhões de litros, redução de 14,5%.
Exportações
A demanda pelo açúcar se manteve aquecida e, no ano passado, as exportações mineiras registraram crescimento expressivo de 60,9% no valor exportado, totalizando US$ 1 bilhão, e de 61,2% no volume embarcado, chegando a 3,7 milhões de toneladas, na comparação com 2019.
Safra 2021/2022
De acordo com a primeira estimativa da Conab para a safra 2021/2022 de cana-de-açúcar, Minas Gerais deve superar em 1,1% a produção recorde atual e alcançar 71,4 milhões de toneladas. A área colhida é estimada em 868,7 mil hectares, caracterizando mais um recorde dentro da série histórica.
Desta vez, a expectativa é de que a maior parte da cana (52,5%) seja destinada à fabricação de etanol e 47,5% para a produção de açúcar.
Minas Gerais é o terceiro maior produtor nacional de cana-de-açúcar, e responde por 11,4% da produção brasileira.
Márcia França – Ascom/Seapa
Foto: Divulgação/Seapa