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Produtores adiam vendas da safra 2018/19 de olho em alta dos preços

31/01/2019
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Rio Verde – Sojicultores no sudoeste de Goiás, principal área produtora do estado, têm segurado vendas da safra 2018/19 em meio a incertezas sobre custos dos fretes e apostando em preços melhores, diante de uma colheita menor no Brasil após o tempo adverso.

 

Quarto maior produtor do País, Goiás deve produzir 11,3 milhões de toneladas de soja neste ciclo, queda de mais de 4% ante 2017/18, conforme o levantamento mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

 

Assim como ocorreu em outras regiões brasileiras, a menor produção deve-se ao tempo quente e seco desde o final do ano passado, gerando produtividades desuniformes em estados do Centro-Oeste, conforme avaliação da expedição técnica Rally da Safra, acompanhada pela Reuters nesta semana.

 

Com a colheita engrenando agora, produtores relataram que estão atentos ao tamanho efetivo da quebra de safra no País para ver se haverá alguma reação nos preços da commodity.

 

Alguns produtores afirmaram que já venderam antecipadamente mais da metade da safra, mas agora estão de olho em uma eventual reação dos preços. “Como a quebra foi grande, vamos esperar melhorar o preço”, disse o produtor Murilo Monteiro, que cultiva 680 hectares em Jataí e Serranópolis, ambas em Goiás. Ele prevê produtividade em suas lavouras em torno de 10% menor na comparação anual, na casa de 62 sacas por hectare.

 

Atualmente, as referências de preço para a saca de soja em Goiás estão em torno de R$ 66, segundo dados do Instituto para Fortalecimento da Agropecuária do Estado (Ifag).

 

Mas produtores já venderam parte da safra atual a valores mais altos no segundo semestre do ano passado, quando a guerra comercial entre Estados Unidos e China estava mais acirrada. Isso explica as vendas mais lentas agora.

 

No ano passado, o produtor goiano viu a saca acima de R$ 80, em alguns momentos, segundo dados do Ifag, centro de estudos do setor no estado.

 

Mercado sobreofertado – Para André Debastiani, sócio analista da Agroconsult, contudo, uma safra de soja menor no Brasil pode não ter tanto reflexo sobre as cotações da oleaginosa na Bolsa de Chicago, que baliza o mercado mundial.

 

Isso porque o mercado está sobre-ofertado. Os Estados Unidos colheram cerca de 125 milhões de toneladas e ainda têm grande volume em estoques por causa da guerra comercial com a China, ao passo que a Argentina caminha para produzir mais de 50 milhões de toneladas neste ano, em forte recuperação após a seca em 2018.

 

“Acho que os melhores momentos de comercialização já passaram”, afirmou Debastiani, integrante da equipe do Rally da Safra, organizado pela Agroconsult, que tem avaliado lavouras em Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso nesta semana. (Reuters)

 

Fonte: Diário do Comércio

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