A tradicional técnica do balde ao pé da vaca começa a sair de cena em várias propriedades leiteiras. É o caso dos municípios de Carvalhos e Liberdade, no Sul do Estado, onde o processo, que é ainda muito utilizado por proprietários de pequenos rebanhos, está dando lugar a práticas mais modernas e eficientes de coleta do produto, em salas melhoradas.
Graças à orientação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), pequenos e médios produtores locais estão investindo na melhoria de suas salas de ordenha, com a instalação de ordenhadeiras do tipo circuito fechado ou leite canalizado, no qual o leite é extraído e conduzido direto por uma tubulação até a um tanque resfriador, em linha baixa ou alta.
Segundo o gestor ambiental, zootecnista e técnico agropecuário da Emater-MG, André Luís Resende Araújo, o novo modelo facilita a higienização e ordenha das vacas. “Nessa modalidade, há também um fosso, onde o ordenhador faz todo o processo de limpeza dos animais e a inserção das ordenhadeiras nas vacas. Cada uma delas permanece em um ângulo de 33º em relação à outra”. Redução de custo – Responsável pelos escritórios da empresa em Carvalhos e Liberdade, André Luís explica que o objetivo da Emater–MG é incentivar a inovação do sistema de produção de leite e que, além das atuais novas salas, outras deverão ser montadas ao longo deste ano.
“A expectativa é baseada no nível de motivação demonstrado por alguns produtores durante visitas à unidade demonstrativa. Duas estruturas já estão em funcionamento – uma em Carvalhos e outra em Liberdade. Ainda há mais duas que estão em processo de construção, aguardando liberação de crédito, em Liberdade”, explica o técnico.
A Emater-MG apoia os produtores rurais na elaboração de projetos, na assistência técnica, na orientação junto à instituição bancária e no apoio aos produtores como cotação de preços de equipamentos e serviços, por exemplo. “Com a ajuda da empresa pública de extensão rural, os produtores estão conseguindo uma redução de até 20% no custo do investimento”, garante André Luís. Os recursos para a implantação das salas são oriundos de linhas de crédito agrícola como o Pronaf Mais Alimentos para agricultores familiares e o Pronamp, destinado a apoiar o médio produtor rural.
O técnico explica ainda que a iniciativa da Emater-MG compõe uma estratégia de divulgação tecnológica, o que inclui também atividades demonstrativas, tais como visitas dos interessados em unidades já instaladas; dias de campo e outros meios para mobilizar os produtores em direção à modernização dos meios produtivos.
A implantação das salas de ordenha, em conjunto com os circuitos fechados, vai melhorar o custo de produção e aumentar a qualidade do leite produzido, segundo o técnico agropecuário da Emater-MG. “Com a automatização do sistema, o gasto com a mão de obra diminui, a qualidade do leite melhora e a capacidade de produção aumenta”, argumenta.
A bovinocultura leiteira é a principal atividade econômica no meio rural de Liberdade e Carvalhos. Os dois municípios têm respectivamente cerca de 750 e 700 produtores rurais.
Por isso, o projeto incentiva a valorização da tecnologia como meio de otimização da atividade, tendo em vista a escassez de mão de obra rural e as normas governamentais incidentes sobre o leite produzido. “Dessa forma, o produto tem condições de atingir o nível de qualidade previsto pela Instrução Normativa 62 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)”, justifica André Luís. (Com informações da Emater-MG).
Fonte: Diário do Comércio