O setor agropecuário tem demonstrado sua força e segue crescendo, à despeito das crises econômica, política e até sanitária vivenciadas nos últimos tempos, assim como as geadas e a seca que atingiram as plantações este ano. E o cooperativismo é um importante aliado para o produtor rural, proporcionando organização e fortalecimento perante o mercado. Em Minas Gerais, existem 193 cooperativas do ramo, com 157,5 mil cooperados e o setor gera quase 19 mil empregos. Os dados são do Anuário de Informações Econômicas e Sociais do Cooperativismo Mineiro, que apontam também que o segmento somou uma movimentação econômica de R$ 26,8 bilhões em 2020.
A fim de dar base para o desenvolvimento do setor, o Sistema Ocemg atua em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG) em diversas frentes. A secretária da pasta, Ana Valentim, falou ao boletim do Sistema Ocemg sobre essas iniciativas em conjunto com a organização, a importância das cooperativas para o segmento agro e projeções para os próximos meses. Confira!
– A agropecuária tem sido um dos pilares do desenvolvimento econômico de Minas e do Brasil, mesmo em tempos de pandemia e frente a intempéries como a seca e as geadas. A quais fatores a senhora atribui este desenvolvimento?
Primeiro, porque os produtores brasileiros e mineiros são muito resilientes. Mesmo diante de tantas dificuldades e desafios, está sempre produzindo. Além dessa característica marcante, podemos elencar a utilização de novas tecnologias e o aumento na produtividade. Por outro lado, é importante destacar a presença do Estado, desburocratizando os processos e facilitando a vida de quem está trabalhando.
– Na sua opinião, qual é a importância das cooperativas junto aos cooperados e produtores rurais?
As cooperativas são importantes porque têm o papel de reunir indivíduos em torno de um objetivo comum, seja de organização, produção, compra de insumos, comercialização, distribuição ou logística. Temos que destacar, também, o cooperativismo de crédito, que tem crescido e ganhado muita força em nosso estado. Ele é muito importante na medida em que possibilita a organização para o financiamento dos produtores rurais.
Um produtor individualmente não teria condições de competir no mercado formal igualitariamente com grandes empresas, então o cooperativismo vem no sentido de reunir produtores em torno de grupos para ter maior presença no mercado. Além disso, permite que as compras coletivas possam ser realizadas a custos menores trazendo maiores vantagens econômicas. E, por fim, as cooperativas têm a possibilidade de fortalecer e dinamizar as economias locais e regional.
– O Sistema Ocemg e a Seapa são parceiros em diversos projetos com foco no desenvolvimento do setor agropecuário no Estado. Como a senhora vê essa parceria e quais projetos destaca neste último ano?
As parcerias são muito importantes para a Seapa e para o setor. Tivemos um trabalho muito forte com os queijos artesanais e no último ano destacamos o Programa Estadual de Cooperativismo da Agricultura Familiar e Agroindústria Familiar de Minas Gerais – Cooperaf-MG e a Política de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar – PAAFamiliar, que são dois trabalhos de destaque que envolvem a compra de alimentos da agricultura familiar pelos mercados institucionais governamentais.
– Quais são as projeções para o setor para o fechamento deste ano e, a seu ver, como os produtores podem se preparar para seguir crescendo em 2022?
Apesar da pandemia, o setor continuou crescendo e o produtor produzindo. Tanto que o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) foi 27% superior em 2020 na comparação com 2019. A projeção é o fechamento do ano com mais um aumento no PIB e nas exportações de produtos agropecuários, assim como foi 2020.
De acordo com os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – MDIC, Minas Gerais exportou de janeiro a dezembro de 2020 US$ 8,7 bilhões em produtos do agronegócio, alta de 10,4% no valor gerado com os embarques, frente a igual período do ano anterior. Em volume, o crescimento chegou a 23,2%, registrando o maior volume exportado da história do estado e a segunda maior receita.