Minas Gerais sediou a terceira edição do projeto Seminários Inovação e Sustentabilidade no Cooperativismo, promovido pelo Canal Rural e o Sistema OCB. No dia 3 de agosto, com transmissão ao vivo, o evento foi realizado no auditório do Sistema Ocemg, que recebeu um público de representantes de cooperativas mineiras. A iniciativa passou por outras Unidades Estaduais e terá seu fechamento em 24 de agosto, em Brasília.
A série de debates foi proposta após a participação da OCB e do Canal Rural na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (Cop 26), na Escócia, justamente com a proposta de debater o que foi apresentado naquela ocasião, bem como fazer uma preparação para a Cop 27, no Egito, mostrando como o cooperativismo brasileiro é sustentável.
Os convidados do seminário foram o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste, Alexandre Berndt; o superintendente de Inovação e Política Agrícola da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), Feliciano Nogueira, e o pesquisador da Epamig, Gladyston Rodrigues Carvalho.
Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Ocemg, ao dar boas-vindas aos participantes, ressaltou os números do cooperativismo agropecuário no Estado: “197 cooperativas atuam no setor, congregando 176 mil cooperados e gerando quase 20 mil empregos”. Sobre a representatividade do segmento no Estado, ele destacou que as cooperativas são responsáveis por uma movimentação financeira de R$ 93 bilhões, o equivalente a 12% do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais. “Hoje, no seminário, teremos exemplos relevantes de cooperativas que atuam com muita clareza na inovação, na criatividade e na sustentabilidade”, completou.
A superintendente do Sistema OCB, Tânia Zanela, explicou que “o intuito dos seminários é trazer discussões sobre ações, projetos e práticas que o modelo cooperativista já realiza para preservar o meio ambiente”.
Giovani Ferreira, diretor de Jornalismo do Canal Rural, falou sobre a responsabilidade socioambiental do cooperativismo e sua contribuição com a inovação, a sustentabilidade e a disseminação de conhecimento para os produtores.
Em sua fala, o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste foi categórico: “sem o cooperativismo o Brasil não tem como honrar os compromissos firmados na Cop 26”. Já o representante da Seapa-MG frisou a extensão e a diversidade de Minas Gerais, com diversos estabelecimentos rurais e três biomas: caatinga, mata atlântica e cerrado, o que gera muitos desafios, mas muitas possibilidades para os produtores.
O pesquisador da Epamig contou que é cafeicultor e usuário do sistema cooperativistas e frisou: “se não houvesse as cooperativas não teríamos uma cafeicultura tão forte como a que temos em Minas”. Ele apresentou levantamentos importantes sobre boas práticas para a produção sustentável de café de no Estado e em todo o país.
Casos de cooperativas mineiras
O que as cooperativas do Estado estão fazendo para a diminuição das emissões de gases e outras práticas em prol do meio ambiente também foram pautas. O gerente de ESG da Cooxupé, Alexandre Monteiro, apresentou o Protocolo de Sustentabilidade da cooperativa, explicando que a organização entendeu que a longevidade do negócio depende desses processos. “Precisamos de uma mudança na percepção de valor. É importante gerar resultados, mas também mostrar o que esses resultados trazem de benefícios para a sociedade e o planeta”.
O gerente de Suprimento de Leite da CCPR, Leandro Cardoso Sampaio, completou que a sucessão familiar é um desafio para o cooperado do segmento e, com inovação e sustentabilidade, será possível reter os mais jovens no campo.
E a Coopatos apresentou o exemplo de um trabalho de revitalização feito em um manancial de água. O vice-presidente da cooperativa, Gilberto Carneiro, explicou o projeto e ressaltou os diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU que são atendidos com a iniciativa.