Referência em ações ambientais e no desenvolvimento de programas de sustentabilidade, entidade participou dos grupos temáticos e apresentou dois cases nos encontros regionais
Representantes do Sistema Ocemg participaram, no dia 9 de agosto, do “Seminário Técnico Crise Climática em Minas Gerais: desafios na convivência com a seca e a chuva extrema” promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O encontro reuniu deputados estaduais, pesquisadores do tema, órgãos públicos e entidades da sociedade civil para entregar o resultado dos trabalhos iniciados em março deste ano. Divididos em quatro grupos temáticos, os participantes discutiram os desafios da crise climática. Além das reuniões online,
aconteceram também sete encontros regionais dos quais, em dois deles, foram apresentados casos cooperativistas de sustentabilidade: o MinasCoop, Projeto Minas D’água (Cooxupé).
Os esforços conjuntos resultaram na elaboração de um documento com 332 diretrizes que nortearão as políticas públicas do Estado na prevenção e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Tadeu Leite, frisou que a entrega do relatório é apenas o começo para que o poder público possa, de fato, promover ações efetivas. “Hoje não é o ponto final, mas o ponto de partida de toda essa discussão sobre crises climáticas em Minas Gerais”, disse o parlamentar durante a coletiva de imprensa.
O deputado estadual Antonio Carlos Arantes (PL), 1o. Secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo de Minas Gerais (Frencoop/MG MG) e autor de vários projetos de lei sobre o tema, como o Sistema Estadual para Prevenção e Alerta de Catástrofes e Desastres Naturais, Humanos e Mistos (Sisalerta), destacou o protagonismo mineiro sobre o tema. “Discutir a crise climática em nosso Estado com representantes da sociedade civil organizada, da indústria, do comércio, da academia e das instituições que representam o cooperativismo e o associativismo mineiro é um grande passo para que Minas Gerais, mais uma vez, saia na frente de todo o país no combate aos graves efeitos sociais e econômicos da crise climática”, pontuou.
REPRESENTATIVIDADE
O Sistema Ocemg foi uma das 82 entidades que participaram do projeto, com colaboradores integrando os quatro grupos temáticos relacionados ao combate dos efeitos da crise climática no Estado.
No GT Institucional, destacaram-se as diretrizes e medidas que envolvem governança, monitoramento e previsão de desastres naturais, financiamentos de emergências, estrutura urbana e conectividade. Integrante do grupo, o assessor Institucional do Sistema Ocemg, Geraldo Magela, ressaltou como as práticas sustentáveis promovidas junto às cooperativas vão ao encontro do que foi discutido no Seminário.
“Desde a adesão ao Pacto Global em 2017, o Sistema Ocemg tem procurado trabalhar em todas as suas frentes de atuação, seja na capacitação, nos cursos, nos programas de formação ou nos eventos, de modo a orientar as cooperativas para que elas possam estabelecer suas prioridades, levando em conta esses objetivos de desenvolvimento sustentável”, assinalou.
Já no Grupo Temático Ambiental, diretrizes como a recuperação da cobertura vegetal nativa, estratégias de drenagem, redução de agroquímicos, proteção dos recursos hídricos foram enfatizadas, com especial atenção para as áreas do semiárido mineiro. Diana Oliveira, analista de Desenvolvimento e Monitoramento de Cooperativas do Sistema Ocemg, enumerou algumas dessas soluções que terão impacto no agronegócio.
“As ações propostas, no caso do agro, levaram em conta a experiência de cooperados e a necessidade de preservação ambiental das propriedades, reserva legal, recuperação de áreas degradadas e nascentes dentro das propriedades rurais”, explicou.
Temas como a garantia de renda às famílias agricultoras por meio de políticas públicas que estimulem as compras de produtos institucionais e do cooperativismo, produção da energia fotovoltaica nas áreas rurais, aplicação de novas tecnologias, além da adaptação de processos e desenvolvimento de novos arranjos produtivos foram algum dos pontos evidenciados para o fomento à produtividade econômica durante os trabalhos do GT Econômico-Produtivo.
A relatora do GT Social, Lidiane Arantes, analista de Educação e Desenvolvimento Sustentável da Ocemg, explicou que as populações vulneráveis, que são mais impactadas pela convivência com a seca e a chuva extrema, devem ter atenção especial. A equipe apresentou algumas propostas como a regularização fundiária, a proteção das comunidades tradicionais, a promoção de segurança alimentar e a garantia de acesso à água, foram algumas das ações apresentadas. A produção e comercialização de alimentos também foi um dos pontos discutidos no âmbito social, com o fortalecimento da adoção de práticas agroecológicas.
“Que possamos, de fato, fazer uma assistência técnica à agricultura familiar, com atenção especial aos canais de acesso aos mercados externo, institucional e também domésticos”, enfatizou Lidiane.
Durante o seminário, o assessor institucional do Sistema Ocemg, Geraldo Magela, discursou sobre a importância desse projeto, que chegou a ser mencionado por ele durante um evento de cooperativas nos EUA.
“Participei de uma missão internacional institucional do cooperativismo brasileiro representando o Sistema Ocemg junto ao Congresso Americano, governo americano, instituições cooperativistas norte americanas e da sociedade civil, em Washington D.C, e tive a oportunidade de comentar a respeito desse trabalho realizado em nossa Assembleia Legislativa. Todos ficaram impressionados”, disse. Além de enfatizar o pioneirismo do programa, ele também elogiou a forma como ele está sendo conduzido pela ALMG. “Não encontrei lá, tanto em iniciativas públicas quanto em pesquisas universitárias, algo comparável ao que está sendo realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais”, relatou.
Serviço
Conheça todas as diretrizes aprovadas no Relatório de Diretrizes Técnicas do seminário sobre Crises Climáticas de Minas Gerais.
Representantes do Sistema Ocemg incluídos nos grupos temáticos que debateram os desafios climáticos de Minas Gerais
Grupo Temático Institucional
Titular: Geraldo Magela, assessor institucional
Suplente: Mathaus Silva, analista de Relacionamento Institucional
Grupo Temático Ambiental,
Titular: Diana Oliveira, analista de Desenvolvimento e Monitoramento de Cooperativas
Grupo Temático Econômico-Produtivo
Titular: Marcelo Ibrahim, analista de Desenvolvimento e Monitoramento de Cooperativas
Grupo Temático Social.
Titular: Lidiane Arantes, analista de Educação e Desenvolvimento Suplente: Fabiana Pereira, analista de Educação e Desenvolvimento
Cases de sustentabilidade
Iniciativas do cooperativismo mineiro foram tema de estudo para o aprimoramento de soluções sustentáveis desenvolvidas pelos grupos de trabalho. O projeto Minas D’Água, da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), e o projeto MinasCoop Energia, da Ocemg, foram apresentados, respectivamente, como cases de sustentabilidade nos encontros regionais, nas cidades de Itajubá e Montes Claros. O Sistema Ocemg também esteve presente no encontro regional de Juiz de Fora.
O projeto Minas D’Agua apresentado pela Cooxupé, atua na revitalização das bacias hidrográficas das regiões cafeicultoras. “Trabalhar a questão da escassez hídrica em projetos como esse, que atua na preservação e na qualidade da água na cafeicultura, também é uma das ações de enfrentamento aos impactos da crise climática”, enfatizou o assessor Institucional do Sistema Ocemg, Geraldo Magela.
Assim também o Programa Minascoop Energia, criado pelo Sistema Ocemg diante da preocupação mundial com as mudanças climáticas, consiste no incentivo às cooperativas para a construção de usinas fotovoltaicas para suprir a demanda de energia de suas unidades, com doação de parte dessa energia a entidades filantrópicas em todo o Estado.
