Foto: Mostra de artesanato Dedo de Gente – Assembleia Legislativa de Minas Gerais (arquivo)
A instalação da câmara técnica do artesanato e a revitalização do PAB devem desenvolver o setor do artesanato, predominante nos municípios mineiros.
O Sistema Ocemg participou, no dia 15 de agosto, de forma virtual, do primeiro encontro nacional de aproximação com as cooperativas de artesanato, promovido pelo o Sistema OCB. O encontro tratou de políticas públicas às soluções de negócios e oportunidades de acesso a mercados e internacionalização dos produtos dos artesãos, sendo destaque a instalação oficial de uma câmara técnica das cooperativas de artesanato do país. Participaram ainda, mais de dez cooperativas de nove Estados brasileiros, cooperados, analistas, representantes do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e das organizações estaduais.
Na abertura, a instalação da câmara técnica do artesanato foi anunciada pelo coordenador de Ramos do Sistema OCB, Hugo Andrade, como um novo espaço fundamental para o segmento evoluir nas esferas institucionais e representativas, visando as políticas públicas de fomento ao artesanato nacional.
A diretora do Departamento de Artesanato e Microempreendedor Individual do MDIC, Raissa Rossiter, apresentou o panorama do artesanato no Brasil e algumas ações de suporte ao setor, como a criação do fórum nacional do artesanato para discutir e melhorar políticas públicas, e também o fomento para acesso a mercados por meio da inclusão em feiras apoiadas pelo Programa do Artesanato Brasileiro (PAB).
Apoio e compromisso com o setor em Minas
Para o assessor Institucional Geraldo Magela da Silva, que representou o Sistema Ocemg, a revitalização do PAB, criado há mais de 30 anos, é prioridade da nova gestão do MDIC, com apoio das suas representações estaduais.
“Participamos dessa primeira reunião de instalação da câmara técnica, inclusive com manifestação de interesse da diretora do MDIC em participar, algo que considero relevante, onde foi apresentado um diagnóstico do artesanato no país. Daqui em diante, será feito todo um trabalho de estímulo e apoio para revigorar o segmento, muito importante do ponto de vista social e econômico para diversas cidades brasileiras”, pontuou.
Em Minas, a Diretoria de Artesanato (PAB Estadual) é vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDE), com a qual o Sistema Ocemg mantém estreitas relações e interlocução permanente para desenvolver e promover o artesanato mineiro.
Na opinião de Geraldo Magela, trata-se de um setor que depende muito de políticas públicas, de apoio, incentivo e de organização dos artesãos e, ao longo do tempo, essas políticas foram relegadas a um patamar incompatível com as necessidades dos artesãos. “Mas, agora, tudo indica que haverá nova priorização quanto ao crescimento do setor de artesanato, no qual Minas Gerais possui um dos maiores potenciais de desenvolvimento. Temos artesanato em praticamente todos os municípios, diversas associações de artesãos, mas ainda poucas cooperativas, um número que já foi bem maior na nossa história”, ressaltou.
Na indicação de representante para compor a câmara técnica do artesanato, além da análise interna, o assessor esclareceu que a Casa do Cooperativismo mineiro procura identificar, entre as cooperativas registradas atuantes no segmento, aquela mais relevante sob o ponto de vista da experiência, já que serão tratadas as necessidades, dificuldades e oportunidades que essa tipologia de cooperativa apresenta.
De acordo com Magela, o Sistema Ocemg vem realizando um trabalho muito profícuo de educação e desenvolvimento sustentável em diversas regiões do Estado, juntamente com cooperativas de outros ramos, como agropecuário e crédito, ampliando o potencial para ressurgimento e organização dos artesãos em cooperativas.
Em outra frente, a instituição participa conjuntamente ao trabalho que está sendo feito com relação à produção de queijos artesanais no Estado. “Integramos uma missão técnica a Marrocos, para apresentar e fazer defesa do queijo artesanal em Minas Gerais. Na viagem, em conversa com a secretária-adjunta de Cultura e Turismo do Estado, falamos muito sobre o estreitamento de relações entre o Sistema Ocemg e a Secretaria, visando o desenvolvimento do cooperativismo nos ambientes de turismo e cultura, em especial na questão do artesanato”, relatou.
Plano de Negócios
O analista técnico do Sistema OCB, Alex Macedo, ressaltou a importância de um espaço permanente de diálogo, buscando entender a realidade das cooperativas de artesanato e ampliando as ações de representação e a defesa político-institucional da instituição em prol do setor.
A criação de uma câmara temática, segundo Macedo, requer o mínimo de cinco indicações de organizações estaduais de, ao menos, duas regiões do país e deve ser coordenada por meio de eleição de um dos representantes membros. Organizações estaduais com cooperativas de artesanato ativas e regulares podem indicar um representante e suplente para compor a câmara técnica, em decisão autônoma. “Fomos provocados pelo MDIC, temos recebido demandas e estamos com o Programa de Negócios realizando atendimento às cooperativas de artesanato. Ao compreendermos melhor as carências daquele grupo e os temas recorrentes, vimos a necessidade de estruturar um fórum para organizar o debate”, afirmou.