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Tradição x inovação: Encontro de Cooperativas Agropecuárias Mineiras discute o futuro do ramo cafeeiro

13/11/2023
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O evento foi promovido pelo Sistema Ocemg durante a 11ª Semana Internacional do Café.

 

No Brasil, o café ocupa um lugar de destaque. Segundo a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), o país é o maior produtor do grão. Para este ano, a estimativa é que o cultivo seja de 54,9 milhões de sacas. Por isso, o setor cafeeiro está em evidência, principalmente em Minas Gerais, o maior produtor do país, representando 43,1%, com importante participação das cooperativas nessa cadeia produtiva. Mas tamanho sucesso é capaz de driblar as mudanças de consumo trazidas pela tecnologia?

Para não correr o risco dessa tradição esbarrar na inovação, é preciso adotar medidas que acompanhem as transformações do mercado. Esse foi um dos assuntos discutidos no 1º Encontro das Cooperativas Agropecuárias Mineiras – Segmento Café, realizado pelo Sistema Ocemg durante a 11ª Semana Internacional do Café (SIC).

Na abertura do evento, o presidente da entidade, Ronaldo Scucato, reforçou a importância da bebida para Minas Gerais e para o país. “O café é símbolo do Brasil. Somos o maior produtor do mundo e, aqui no Estado, produzimos o melhor café. É necessário valorizar o setor e fazemos isso cuidando das pessoas, fator que é o principal objetivo do cooperativismo. Precisamos ser cooperativistas autênticos”, pontua.

Movimento para o futuro

O agronegócio ocupa um lugar importante dentro do cooperativismo mineiro. Em sua apresentação, Alexandre Gatti Lages, superintendente do Sistema Ocemg, mostrou a expressividade do setor. As cooperativas agropecuárias foram responsáveis por 21,9% do PIB do agronegócio mineiro e, juntas, elas possuem 189.976 cooperados e 19.139 empregados.

Por isso, o Sistema Ocemg trabalha pilares importantes para o amplo desenvolvimento do setor, como a educação. “Além de defender os interesses do cooperativismo, temos focado na formação profissional de dirigentes e empregados, além dos cooperados de Minas Gerais. Essas formações estão acontecendo aqui no Estado e fora dele, em países como Portugal, Irlanda, Dinamarca e Inglaterra, nas melhores escolas de negócios do mundo”, ressalta o superintendente.

Para o diretor de Produção e Comercialização da Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha (Coocafé), Pedro Antônio Silva Araújo, essas missões internacionais são importantes, principalmente pelo avanço que o setor cafeeiro vive no momento. “São formações diferenciadas, realizadas em instituições de referência mundial”, conta. “Hoje, eu entendo que não basta apenas produzir o melhor café, é preciso formar uma boa equipe de gestão, buscar eficiência na entrega e ter um processo eficaz. Não é questão de mudar, mas de adaptar”, ressalta o diretor que  está no ramo há 40 anos. “Tenho plena consciência de que o aprendizado é diário”.

Para o presidente da Coocafé, Fernando Cerqueira, a visão internacional mostra que o Brasil está avançando na produção do café. No entanto, ainda há pontos para melhorar. “Precisamos compreender os novos conceitos da tecnologia e da sustentabilidade, por exemplo. A capacitação é imprescindível para nossos dirigentes. As formações internacionais e os encontros promovidos pelo Sistema Ocemg na SIC são estratégicos para o cooperativismo, pois nos permitem ouvir sobre o presente e criar possibilidades para o futuro”, atesta.

O presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Central de Cafeicultores e Agropecuaristas de Minas Gerais (Coccamig), Marco Valério Araújo Brito, afirma que o Encontro das Cooperativas Agropecuárias Mineiras – Segmento Café- era uma demanda antiga do setor e que foi acolhida pelo Sistema Ocemg. “Estamos buscando entender o mercado com todas as dinâmicas e mudanças. Por isso, saber mais sobre inovação e reposicionamento é extremamente importante. O que levo daqui é a ideia de que quanto mais unidos estivermos, mais poderemos diminuir custos e, automaticamente, aumentar a longevidade das cooperativas”.

Ciclo de palestras

O consultor de café, Lúcio Dias, detalhou o panorama das cooperativas agropecuárias do ramo em Minas Gerais. Ele reforçou que, atualmente, o café brasileiro é expressivo e sustentável. “O capricho do produtor e a tecnologia tem mudado a produção brasileira, sobretudo a mineira. Porém, é preciso fazer mais e, principalmente, nos unirmos. É importante, dentro de cada singularidade, trabalhar em conjunto para manter a expressividade do país dentro do setor”.

Já o coautor do livro “Gestão do Amanhã” e expert em estratégia, Sandro Magaldi, deu ênfase na competitividade das coops cafeeiras. Segundo ele, todo o setor vive um momento delicado, principalmente devido à evolução do setor. “No entanto, a complexidade é do tamanho da oportunidade. E a janela de possibilidades está se fechando, por isso, é preciso consistência, processos e sistemas”, ressalta.

O especialista em Inteligência de Mercado, Fernando Maximiliano, fechou o evento chamando a atenção dos participantes para o futuro, trazendo à luz as perspectivas do mercado global do café que, segundo ele, é bastante impactado pelo Estado. “Minas Gerais tem uma importância diferenciada para o mundo cafeeiro. Outros países são essenciais, mas o coração do negócio está aqui. Tudo o que acontece em Minas define o mercado lá fora”, sentencia.

Maximiliano reforçou o protagonismo do cooperativismo mineiro. “Em Minas Gerais, as cooperativas são responsáveis por 57% de todo o café produzido no Estado. Além disso, 17% das exportações foram através das cooperativas mineiras. No entanto, apesar desses números, é preciso acompanhar a competitividade para continuar saindo na frente”.

Estande do Sistema Ocemg em feira de café atrai milhares de visitantes

Quem passou pela SIC, pode ver de perto uma amostra do trabalho realizado pelas coops mineiras no estande do Sistema Ocemg. Os visitantes tiveram a oportunidade de degustar cafés produzidos pela Cooperativa Central de Cafeicultores e Agropecuaristas de Minas Gerais (Coccamig), pela Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé) e pela Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região (Coopfam).

A Central Coccamig, que possui 16 afiliadas, ofereceu aos visitantes demonstração dos cafés harmonizados com queijos mineiros. “Este evento é uma vitrine para o nosso setor e estamos empolgados em mostrar ao mundo o potencial do cooperativismo e a qualidade dos cafés produzidos por nossos associados. Além disso, é uma oportunidade única para fortalecer parcerias e promover o desenvolvimento sustentável da cadeia do café produtivo”, afirma o presidente do Conselho de Administração da Coccamig, Marco Valério Araújo Brito

Destaque para as mulheres

 Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé, ressaltou a importância da participação da cooperativa no evento: “A Cooxupé esteve presente na SIC com estandes da Ocemg e com nosso próprio estande, onde apresentamos nossa linha de cafés especiais”.

Já os destaques desta cooperativa foram os cafés Prima Qualità Cultivado por Mulheres e o Prima Qualità Especialíssimo, além do Prima Qualità Safra Especial 2023, uma edição limitada. “A qualidade e sustentabilidade são garantidas pelos programas da Cooxupé, como o Programa Especialíssimo, que premia os 50 melhores lotes de cafés especiais da safra atual, e o Projeto Donas do Café, que realça a participação feminina na produção de cafés especiais”, afirma Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da cooperativa.

A Coopfam também apresentou uma variedade de cafés para os visitantes da SIC experimentarem, além de métodos de preparo, incentivando a aquisição e apreciação dos produtos da cooperativa. Entre as estrelas do mix de produtos da coop, estão o Café Feminino, com duas linhas de produtos: o Orgânico e o Sustentável, produzidos por 44 cafeicultoras de Poço Fundo.

Além da degustação de cafés e da oportunidade de aprender mais sobre as cooperativas mineiras do ramo, o estande do Sistema Ocemg ofereceu aos visitantes um game. Durante o jogo, no formato de quiz, os participantes responderam a perguntas sobre o cooperativismo. Ao final, eles foram premiados com uma sacola contendo uma caneca e um pote de geleia, também produzido por uma cooperativa.

Dona de uma cafeteria em Fortaleza, a cearense Marta Fonseca foi uma das pessoas que entraram na fila para jogar. “Só agora estou conhecendo o cooperativismo mais de perto e já estou entusiasmada com o modelo de produção que é alinhado à minha filosofia de vida. E cooperativismo mineiro está de parabéns com os produtos de qualidade que estão sendo disponibilizados no mercado”, elogia a empresária que foi à SIC pela primeira vez, este ano. O intuito da viagem é fazer negócios e ampliar a gama de fornecedores para seu empreendimento.

 

 

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