Transformar a localidade a sua volta para melhor, de forma a atender às reais necessidades de cada cidade, é o foco do Dia de Cooperar (Dia C). E o Sistema Ocemg fomenta e apoia, ano após ano, o surgimento de mais iniciativas de responsabilidade social criadas pelas coops mineiras, bem como o amadurecimento daquelas que já estão sendo realizadas.
O objetivo é ir além, com ações contínuas que tornem comunidades sustentáveis em renda, trabalho e proteção ambiental. E esse é o propósito dos workshops do Dia C 2023, promovidos pelo Sistema Ocemg, para dar suporte às cooperativas na elaboração e prática dos projetos de responsabilidade social.
Depois de Patos de Minas, Belo Horizonte foi o segundo município a contar com o workshop, nos dias 28 e 29 de março. O presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, abriu o encontro na sede da entidade destacando a importância das cooperativas estarem atentas aos princípios ESG – sigla em inglês que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. “Hoje os negócios vão muito além do lucro. Fazer negócios sem estar atento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU não é ético”, disse.
Ele lembrou que o projeto do Dia de Cooperar foi criado em 2009, muito antes do setor econômico estar engajado em questões ambientais, sociais e de governança. “Em 2014, dada a repercussão do Dia C em Minas, o projeto foi abraçado pela OCB e hoje é realizado em todos os estados”, destacou.
A analista de educação e desenvolvimento sustentável do Sistema Ocemg, Rouzeny Zacarias, disse que, em 2022, mais de 270 cooperativas desenvolveram projetos no Dia C, garantindo uma vida melhor para milhares de pessoas. A ações envolvem desde doação de alimentos, fraldas para asilos e campanha de doação de sangue, chamadas de pontuais, até projetos contínuos de agricultura sustentável, com geração de renda para comunidades. “As cooperativas não devem abandonar o que a gente chama de iniciativas pontuais, mas fazer um trabalho contínuo também é importante. Trazer para a sua atuação social programas de longo prazo, de desenvolvimento local, que façam sentido para o negócio da cooperativa, o nicho de atuação e a comunidade do seu entorno”, disse Rouzeny Zacarias.
Em BH, representantes de cooperativas participaram da palestra, compartilharam experiências e participaram de dinâmicas com a consultora de planejamento estratégico socioambiental para impacto positivo, Gabriela Reis. Também professora da Fundação Dom Cabral, ela orientou para que identificassem primeiro os desafios nas áreas sociais e ambientais de onde estão inseridos, para que depois pensassem em projetos a serem trabalhados nas comunidades.
Ravilla de Castro Barbosa, da Coopadap, pensa em propor um projeto social de forma contínua em São Gotardo. “O município fica em uma região rica. Atraídas pela oferta de empregos, famílias do Nordeste do país chegam sem nada, às vezes apenas com uma mochila, sem lugar para morar, e necessitam de assistência inicial. Vou levar isso para a cooperativa e ver como podemos desenvolver ações para essas famílias”, afirmou.
A gerente geral da Unimed de João Monlevade, Maria Aparecida Barbosa, lembrou que a cooperativa médica participa do Dia C desde 2009, com ações para mitigar a fome, de ajuda a asilos e de preservação ambiental, que envolvem voluntários e entidades de classe, como a associação comercial. A solidariedade vai, inclusive, além do município, com uma campanha de Natal com arrecadação de alimentos para moradores da Ilha do Marajó, no Pará. Ela destacou o trabalho da Ocemg em promover os workshops, que acontecerão também em Formiga, Varginha e Governador Valadares.
