Controle de legalidade, irrigação e sustentabilidade estiveram na pauta da reunião
O Sistema Ocemg participou da reunião do Comitê Consultivo de Sustentabilidade do Agro Mineiro (CCS Agro), realizada em Belo Horizonte, no dia 24 de abril. Durante o evento, representantes de entidades classistas e governamentais se reuniram para debater questões importantes para a sustentabilidade do agronegócio em Minas Gerais.
Foram discutidos temas como multas ambientais, irrigação, controle de legalidade e o próximo seminário técnico sobre a crise climática a ser realizado em Minas Gerais. A reunião, promovida pelo Sistema Faemg Senar, destacou a urgência de enfrentar desafios e buscar soluções colaborativas para assegurar um desenvolvimento agrícola responsável no estado.
Em sua participação no evento, Andréa Sayar, gerente de Educação e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Ocemg, destacou as oportunidades de atuação efetiva com as cooperativas mineiras, visando à implantação de modelos sustentáveis e integrados de produção. “Aproveitamos a oportunidade para destacar a importância da capacitação e conscientização dos cooperados, bem como da sociedade, sobre as questões ambientais”, detalha. “Isso só é possível mediante a adoção de comportamentos responsáveis e também a valorização de produtos e serviços provenientes de cooperativas comprometidas com o ESG.
Andréa acrescenta que o cooperativismo em Minas Gerais tem muito a ganhar caso as discussões e ações resultantes desses encontros conduzam a políticas mais favoráveis ao desenvolvimento sustentável, alinhadas com as práticas e valores das cooperativas. “Isso pode incluir regulamentações mais claras, apoio a iniciativas ambientais dentro das cooperativas e uma maior conscientização sobre essas questões no setor”.
Pautas discutidas durante a reunião
A reunião tratou de temas como o controle de legalidade em questões ambientais e políticas públicas para o desenvolvimento sustentável e ambiental. “Foram discutidas maneiras de aprimorar o tratamento dos processos no órgão regulador, o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), visando aprimorar a transparência”, esclarece Andréa. “Além disso, foram debatidas políticas para promover a sustentabilidade no setor agropecuário”.
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) também foi tema de discussão durante a reunião. Trata-se de um registro público eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais, cujo objetivo é integrar informações ambientais das propriedades e posses rurais, contribuindo para o controle, monitoramento e planejamento ambiental e econômico. “O CAR também promove a rastreabilidade de produtos e simplifica processos relacionados a questões fundiárias”, mostra a gerente. “Durante a reunião, foi discutida a facilitação do acesso ao sistema para os produtores rurais”.
O agro é coop
A participação do Sistema Ocemg no CCS Agro é de suma importância, considerando que o agronegócio representa uma das principais vertentes do cooperativismo em Minas Gerais. No Estado, o segmento abrange 190 mil cooperados, distribuídos em 193 cooperativas, que geram emprego direto para mais de 19 mil indivíduos. A atividade econômica desse ramo contribui com expressivos R$ 44,8 bilhões, correspondendo a 37,9% do total do produto interno do cooperativismo no Estado, conforme o Anuário de Informações Econômicas e Sociais do Cooperativismo Mineiro.
O setor agropecuário desempenha um papel de destaque tanto na economia local quanto nacional. Em 2022, por exemplo, cerca de 57% da produção de café em Minas Gerais foi processada por cooperativas, representando 24,6% do total nacional. No que diz respeito à produção de leite, aproximadamente 19,7 litros de cada 100 litros produzidos no estado são provenientes de cooperativas. Além disso, Minas Gerais se destaca na fabricação de produtos lácteos, com números expressivos: 165,3 milhões de litros de leite UHT, 65,2 milhões de litros de bebidas lácteas, 17,5 mil toneladas de leite condensado e 11,7 mil toneladas de queijo.
A atividade agropecuária desempenha um papel relevante no contexto estadual como um todo, sendo a principal fonte econômica em 109 municípios. Adicionalmente, em 162 municípios, ela é a segunda ou terceira fonte de renda mais significativa.
Em 2022, o agronegócio representou 22% do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais, totalizando R$ 205 bilhões e contribuindo para a geração de 1,2 mil novos empregos, impulsionado pelo bom desempenho das lavouras, segundo dados da Agência Minas. O Estado é o maior produtor mundial de café arábica, com uma previsão de 27,2 milhões de sacas para 2024, e lidera a produção nacional de leite, com um volume anual de 9,4 bilhões de litros. Além disso, Minas Gerais se destaca na produção de batata-inglesa, alho, ervilha e na criação de equinos.
