Ações conjuntas mobilizaram 4.693 cooperativas e 20,5 milhões de cooperados no Brasil; evento empresarial mostra o poder das conexões
A economia em rede e a transformação digital trouxeram desafios e oportunidades para as empresas do Brasil e do mundo. Para debater as rápidas mudanças e seus impactos no mercado e no comportamento de consumidores, foi realizada, entre os dias 24 e 26 de setembro, a 8ª edição do Fórum Anual das Médias Empresas – evento promovido pela Fundação Dom Cabral, em Nova Lima (MG).
Parceiro da instituição de ensino há nove anos, o Sistema Ocemg foi convidado para fazer parte do evento, sendo representado pelo seu superintendente, Alexandre Gatti Lages, que integrou o painel: “Colaboração e Redes de Negócio”, junto com Rejane Herman – Diretora Executiva da Assodeere (Associação Brasileira Dos Distribuidores John Deere); Bruno Cazarine Constatino – CEO do Grupo Oscar; Cássia de Menezes Hoelzel – Head de Inovação da Mercur, com moderação do professor da FDC, Douglas Wegner.
Na ocasião, o superintendente destacou o papel do cooperativismo no cenário local, nacional e mundial. “O cooperativismo é um movimento econômico e social que une as pessoas em torno de um mesmo objetivo”, disse Alexandre Gatti. Segundo o executivo, existem hoje no mundo 3 milhões de cooperativas com 1 bilhão de cooperados, gerando 280 milhões de empregos.
No Brasil, são 4.693 cooperativas, 20,5 milhões de cooperados e 524 mil empregados. Ele também detalhou os números de Minas Gerais: 758 cooperativas, 2,8 milhões de cooperados e 54,5 mil empregos gerados. As exportações do cooperativismo totalizaram em 2022 R$ 7,3 bilhões no Brasil e R$ 1,5 bilhão em Minas Gerais. Além disso, as coops respondem por 12,8% do PIB mineiro.
Educação
Durante sua participação no evento, Alexandre Gatti disse que, ao assumir o cargo no Sistema Ocemg, seu maior desafio foi levar para a sala de aula os presidentes e os dirigentes de grandes cooperativas, pois segundo ele, a educação é uma ferramenta essencial para enfrentar os desafios da economia em rede. “Fomos buscar uma parceria com a Fundação Dom Cabral para capacitar nossas lideranças. E hoje, já capacitamos 309 presidentes e diretores de cooperativas dentro do programa Lidercoop”.
Por conta da aceitação, foram desenvolvidos programas específicos para cooperativas de crédito, agronegócio, saúde e transporte. “Capacitamos 717 dirigentes e conselheiros dentro desses cursos específicos”, mostra.
De acordo com o Financial Times 2023, a Fundação Dom Cabral é considerada a 7ª melhor escola de negócios do mundo. Desde 2014, ela é parceira da Casa do Cooperativismo Mineiro na promoção de cursos customizados para as cooperativas de Minas Gerais.
O carro-chefe desta parceria é o Programa de Gestão Avançada para Lideranças (Lidercoop), realizado desde 2015. O Lidercoop tem a proposta de fomentar o desenvolvimento das competências essenciais de gestão e governança aplicadas às diversas funções gerenciais e estratégicas empresariais, bem como de negócio das cooperativas.
O Programa contribui para o crescimento econômico e para o aprimoramento da gestão das cooperativas, para manter as organizações sustentáveis do ponto de vista financeiro, o que refletirá as práticas em benefício da sociedade.
Também resultado da parceria, é o Programa de Desenvolvimento Estratégico das Cooperativas (Prodecoop), destinado aos seguintes ramos: trabalho, produção de bens e serviços, consumo, transporte e infraestrutura. O objetivo do Programa é desenvolver e estimular competências essenciais de gestão, com visão e conhecimento das várias funções empresariais e de negócios aplicáveis às cooperativas.
Intercooperação
O cooperativismo é pautado por sete princípios: adesão livre e voluntária; gestão democrática pelos cooperados; participação econômica dos cooperados; autonomia e independência; educação, formação e informação; intercooperação e interesse pela comunidade.
Durante sua apresentação, Gatti mostrou dois casos de intercooperação entre as coops mineiras, sendo o primeiro criado em 2013, em Governador Valadares. “Cinco cooperativas se uniram e criaram o Elo Cooperativista, para trabalhar a geração de negócios e compras coletivas”.
No município de Patos de Minas, outro caso de sucesso: a Rede Coop, criada em 2020 por 14 cooperativas de crédito, agronegócio, saúde e transporte. Juntas, desenvolvem vários projetos, principalmente compras conjuntas. Os dois casos mostram o poder da união em rede entre coops de diferentes setores, fortalecendo negócios.
Programas sociais
A ação voltada para o social é outra forma de unir esforços em prol do desenvolvimento. Em 2009, o Sistema Ocemg criou o maior programa de voluntariado do cooperativismo do Brasil, o Dia de Cooperar, também chamado de Dia C. Em 2014, foi nacionalizado e, desde então, já beneficiou mais de 26 milhões de pessoas no Brasil, sendo 14 milhões em Minas Gerais.
“Esse programa teve uma repercussão tão grande que, em 2019, fomos recebidos pelo Papa Francisco, em reconhecimento ao Dia C, como um grande projeto de voluntariado no Brasil”, relata Gatti.
Sustentabilidade
O Sistema Ocemg foi a primeira unidade estadual a se tornar signatária do
do Pacto Global da ONU (2018). “Desde então, todas as nossas ações são voltadas para contribuir para o alcance dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)”. Além disso, a instituição foi a primeira Unidade Estadual a lançar o Minas Coop Energia, um programa inovador de geração de energia fotovoltaica do cooperativismo mineiro, o relatório de sustentabilidade, e recentemente foi a primeira instituição mineira a ser certificada com o Selo BH Sustentável.
O destaque vai para o Minascoop Energia, programa que estimula o coop mineiro a gerar sua própria energia, de forma limpa e sustentável. Beneficia não apenas as cooperativas participantes, que se tornam autossuficientes em termos de energia. A ação contempla a doação de energia para hospitais e instituições assistenciais.